Cuidados paliativos
um olhar da equipe multiprofissional
Resumo
Introdução: A gênese dos cuidados paliativos no Brasil foi à década dos anos 80, sendo uma abordagem muito nova para todos os profissionais da saúde, existindo poucos especialistas nesta área e serviços com leitos específicos para essa prática. Dados os fatos, a Resolução nº 41/2018, vem fomentar e nortear o atendimento ao paciente em cuidados paliativos no âmbito do Sistema Único de Saúde. Método: Trata-se de relato de experiência do trabalho de campo, que utilizou como técnica a observação participante, subsidiado na assistência ao referido paciente e nos registros dos estudos propiciados pela disciplina Cuidados Continuados Integrados. Objetivo: Descrever a assistência prestada por residentes da equipe multiprofissional ao paciente em cuidados paliativos. Resultado: Paciente masculino, 68 anos, solteiro, genitor de 11 filhos, cursou ensino fundamental, católico, aposentado e oriundo de Aquidauana/MS. Atendido em uma unidade de saúdesequelas de Acidente Vascular Encefálico hemorrágico extenso e pós-operatório tardio de craniotomia descompressiva. Durante a internação evoluiu para quadro séptico, com foco urinário sem indicação para manejo terapêutico. A condução para proposta paliativa em 14/06/2018 se deu a partir da discussão entre os membros da equipe multiprofissional que conta com médico, fisioterapeuta, nutricionista, psicóloga, enfermeira, farmacêutica e assistente social. Uma vez definida a abordagem paliativa, foi traçado o Projeto Terapêutico Singular, com destaque a: Promoção do conforto respiratório; Medidas preventivas para lesões por pressão e desconforto artromuscular; Paciente em estado de desnutrição com perda de massa muscular, com via alimentar enteral exclusiva com fórmula específica para diabéticos e fibras para redução do risco para constipação. Evoluiu com insuficiência renal, taxa de filtração glomerular de moderada a gravemente diminuída, impedindo a oferta de dieta hiperprotéica. Ao longo da internação os familiares foram orientados pela assistente social sobre curatela, bens e serviços disponíveis na rede e a continuidade dos cuidados. Após o óbito, viabilizamos via Tratamento Fora do Domicílio o traslado para o regresso ao município de origem e auxílio funeral. O papel do farmacêutico, enfermeiro e médico no cuidado paliativo teve destaque para garantia de provisão de medicamentos efetivos para o controle de sintomas, como por exemplo, o uso seguro de opióides, antiepiléticos e anti-heméticos. A psicologia promoveu suporte familiar, especialmente junto ao filho e nora, com o objetivo de trabalhar questões como negação do quadro clínico, aceitação e sentimento de luto antecipado. Conclusão: A singularidade da dor total dos pacientes em cuidados paliativos exige dos profissionais de saúde muito conhecimento teórico para um manejo clínico condizente.
Palavras-chave: Cuidados paliativos. Idoso. Equipe de assistência ao paciente.
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