Respostas hemodinâmicas e ventilatórias mediante comparação de dois métodos de mensuração da pressão inspiratória máxima

  • Cáren Barbosa Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Thamara Ferro Balsani Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Rayssa Bruna Holanda Lima Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Flávia Manhani Muzette Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Gustavo Christofoletti Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Karla Luciana Magnani Seki Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Resumo

Introdução: O uso da Ventilação Mecânica Invasiva (VMI) por tempo igual ou superior a 48 horas, quando necessária, pode ocasionar perda da força muscular inspiratória, interferindo no desmame ventilatório. Logo, faz-se necessário a avaliação da força muscular inspiratória, a qual é feita através da mensuração da pressão inspiratória máxima (PImáx), sendo o seu valor considerado como índice para predizer o desmame do suporte ventilatório; contudo, este teste pode acarretar em respostas hemodinâmicas secundárias. Objetivo: Avaliar as respostas hemodinâmicas e ventilatórias ao comparar dois métodos de mensuração da PImáx. Método: Estudo comparativo avaliativo, do tipo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UFMS (parecer n° 3.030.863), realizado na unidade de terapia intensiva (UTI) de um hospital em Campo Grande (MS), entre março a agosto de 2019. Foram incluídos indivíduos > 18 anos, de ambos os sexos, sob VMI com prótese ventilatória orotraqueal, em modalidade ventilatória espontânea e hemodinamicamente estáveis. Foram excluídos aqueles admitidos na UTI em ventilação espontânea, drive ventilatório ineficaz e que evoluíram a óbito antes da avaliação. A mensuração da PImáx ocorreu 24 a 48 horas após a suspensão da sedação, de forma randomizada, por meio do manovacuômetro analógico, conectado a uma válvula unidirecional e através do ventilador mecânico Puritan Bennett 840®. O tempo de manobra foi de 30 segundos. Os resultados dos dados gerais quanto ao perfil dos pacientes foram apresentados em estatística descritiva, por meio de medidas de frequência, média±desvio padrão ou mediana [intervalo interquartil]. Com relação às variáveis hemodinâmicas e ventilatórias, foi realizado o teste t Student pareado para a frequência cardíaca (FC) e a frequência respiratória (FR). Já a comparação da saturação periférica de oxigênio (SpO2), pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) foi realizada por meio do teste não paramétrico de Wilcoxon. O nível de significância foi de 5%. Resultados: Concluíram a pesquisa 31 pacientes, com idade média 53,5±14 anos, 77,5% (n=24) dos pacientes eram neurológicos, 6,5% (n=2) eram pneumopatas, 6,5% (n=2) politraumatizados e 9,5% (n=3) outras causas. Quanto ao tipo de tratamento, observou-se que 51,5% (n=16) era do tipo conservador e 48,5% (n=15) tratamento cirúrgico. O escore de avaliação de gravidade da doença, APACHE II, resultou em 22,5±6 pontos e o nível de consciência, avaliado pela Escala de Glasgow foi de 8±2 pontos. Houve diferença estatística significativa entre os valores da FC (p=0,026): ventilador (91±14 bpm) x aparelho digital (94±13 bpm), e PAS (p=0,002): ventilador= 159 [136-175] mmHg x aparelho digital=156 [143-183] mmHg. As demais variáveis estudadas não houve diferença estatística: FR: ventilador= 21,5±5 rpm x aparelho digital= 22±6 rpm, SpO2: ventilador 97 [94-98] % x aparelho analógico= 96 [92-98] % e PAD: ventilador 89 [77,5-93] mmHg x aparelho analógico 86 [79-94] mmHg. Conclusão: Logo após as manobras da avaliação da PImáx, a FC foi maior pela mensuração do manovacuômetro analógico, enquanto a PAS foi maior no ventilador mecânico.

 

Palavras-chave: Hemodinâmica.   Pressões respiratórias máximas.   Unidades de terapia intensiva.

 

Biografia do Autor

Cáren Barbosa, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Fisioterapeuta Residente do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção ao Paciente Crítico - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Thamara Ferro Balsani, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Fisioterapeuta Residente do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção ao Paciente Crítico - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Rayssa Bruna Holanda Lima, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Fisioterapeuta, Mestre pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Flávia Manhani Muzette, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Fisioterapeuta, Mestranda pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Gustavo Christofoletti, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Fisioterapeuta Doutor (a), Docente do curso de Graduação em Fisioterapia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Karla Luciana Magnani Seki, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Fisioterapeuta Doutor (a), Docente do curso de Graduação em Fisioterapia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Publicado
2020-06-25
Como Citar
BARBOSA, C.; FERRO BALSANI, T.; HOLANDA LIMA, R. B.; MANHANI MUZETTE, F.; CHRISTOFOLETTI, G.; MAGNANI SEKI, K. L. Respostas hemodinâmicas e ventilatórias mediante comparação de dois métodos de mensuração da pressão inspiratória máxima. Perspectivas Experimentais e Clínicas, Inovações Biomédicas e Educação em Saúde (PECIBES), v. 5, n. 2, p. 69, 25 jun. 2020.