Triagem para coronavírus em pacientes renais crônicos dialíticos em um hospital universitário: relato de experiência
Resumo
Introdução: O Coronavírus (COVID – 19) caracteriza-se como uma doença infecciosa causada pelo vírus SARS-COV-2, considerada atualmente um problema de saúde pública, de abrangência mundial, apresentando um total acumulado de 5.878.328 óbitos em todo o mundo, segundo a OMS. No Brasil, os dados também são alarmantes com mais de 28 milhões de casos confirmados e mais de 643 mil óbitos. Esta doença foi descoberta em dezembro de 2019 e exatamente após 1 ano iniciou-se o primeiro programa de vacinação contra COVID – 19, porém as medidas de prevenção, controle e mitigação dos casos ainda são essenciais para minimizar os impactos causados a população. Estudos apontam que a incidência de casos graves que necessitam de cuidados de terapia intensiva entre os profissionais de saúde que atuam na linha de frente chega a 15% e apresentam taxa de letalidade próximo de 0,6%. Esses mesmos estudos demonstraram que os profissionais da saúde apresentam vários distúrbios psicológicos relacionados ao medo e ao estresse vivenciado. Diante desses achados na literatura, torna-se importante a adoção de condutas e recomendações eficazes para diminuir a transmissibilidade dentro das unidades de hemodiálise como forma de garantir a segurança dos pacientes e profissionais envolvidos. Objetivo: relatar a experiência da aplicação de um checklist para triagem de sinais e sintomas de SARS-COV-2 em renais crônicos dialíticos provenientes do domicílio. Material e Método: trata-se de relato de experiência sobre a aplicação de um checklist elaborado pelos enfermeiros nefrologistas do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, fundamentado na nota técnica GVIMS/GGTES/ANVISA nº 04/2020. Questionamentos sobre estado geral, sintomas respiratórios e orientações sobre medidas de prevenção e controle que deveriam ser adotadas para minimizar os riscos de disseminação do vírus nos serviços de hemodiálise constituíram os itens do checklist. Durante o período de 01 de março de 2020 a 31 de agosto de 2020 os pacientes renais crônicos foram abordados pelos enfermeiros na recepção do serviço de diálise. Houve a verificação da temperatura corporal com termômetro infravermelho, orientado a troca da máscara de tecido pela cirúrgica, oferecido viseira facial e realizado o encaminhamento até a sala de hemodiálise, caso não fosse caso suspeito. Se, ao responder o checklist, o paciente renal apresentasse sinais e sintomas sugestivos de coronavírus, o mesmo era encaminhado rapidamente para uma sala isolada, bem ventilada, com porta fechada, profissional exclusivo e acionado o serviço de epidemiologia para coleta de exame RT-PCR. Resultados e Discussão: os checklists foram preenchidos previamente a cada sessão de hemodiálise de cada paciente, totalizando 2425 questionários, e foram atendidos, em média, 35 pacientes mensais, submetidos à terapia hemodialítica, três vezes por semana. Dentre eles, foram encontrados três casos suspeitos e um confirmado. Não houve contaminação de nenhum dos seis enfermeiros, 13 técnicos, 07 médicos, 02 recepcionistas e 02 servidoras da higienização. Tais achados corroboram com outros estudos que citam a importância de implementar ações eficazes, fundamentadas em protocolos e normas para a segurança do paciente e profissionais envolvidos. Conclusão: essa experiência demonstrou que ao adotar a triagem associada às condutas preventivas de infecção por SARS-COV-2 dentro das unidades de hemodiálise colaborou na prevenção da disseminação de patógenos respiratórios contagiosos e contaminação da equipe multiprofissional.
Palavras-chave: COVID - 19. Doença Renal Crônica. Prevenção. Triagem. Hemodiálise.
Copyright (c) 2022 Ligia Simões Ferreira, Tamara Trelha Gauna, Aparecida Fátima dos Santos, Viviane Saraiva de Mello Lourenço, Bertha Lúcia Costa Borges da Silva
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