Capacidade funcional em pessoas que vivem com o HIV pós covid-19 atendidas no hospital dia prof.ª Esterina Corsini em Campo Grande, MS
Resumo
Estima-se que os riscos e agravos decorrentes da Covid-19 possam ser maiores nas pessoas que vivem com o vírus da imunodeficiência humana (PVHIV) devido ao seu caráter imunossupressor. Sabe-se que fatores como o nível de gravidade da doença, tempo de internação e uso de ventilação mecânica estão associados a maiores comprometimentos da capacidade funcional (CF) pós-covid-19, independente da infecção pelo HIV. Objetivos: este estudo teve como objetivo investigar a CF nas PVHIV que foram contaminadas pelo coronavírus e acompanhadas no Hospital Dia Prof° Esterina Corsini, MS. Os participantes da pesquisa foram divididos em 02 grupos: G1- PVHIV/AIDS + Covid-19 e G2- PVHIV/AIDS. Foram analisadas variáveis antropométricas (peso, altura e IMC), sócio demográficas (sexo, nível de escolaridade, estado civil), características clínicas relacionadas ao HIV (tempo de TARV, carga viral do HIV, nível de CD4), força de preensão palmar, presença de sarcopenia e variáveis relacionadas à CF: AVD-Glittre e qualidade de vida (WHOQOL-HIV Bref). Resultados: são apresentados a seguir a análise descritiva dos resultados obtidos. Participaram do estudo 16 pacientes, sendo 2 mulheres e 14 homens, com média de idade de 48,4 anos ± 15,44. O G1 foi composto por 10 pacientes (2 mulheres e 8 homens), com média de idade de 38,2 ± 15,21 anos. Já o G2 foi composto por 6 homens, com média de idade de 54,33 ± 16,25 anos. Em relação à distribuição de sexo, no G1 houve predomínio de homens e no G2 todos eram homens. Em relação ao estado civil dos participantes do estudo observou-se que no G1 houve predomínio de solteiros e no G2 de divorciados. Em relação à escolaridade, em G1 houve predomínio de ensino superior incompleto e em G2 ensino superior completo. As médias do tempo de diagnóstico do HIV foram: G1: 7,8/ ± 5,49 anos e G2: 14,16/ ± 6,77 anos. Os níveis de CD4 foram de 580,75/ ± 394,57 no G1 e de 719,2/± 372,19 no G2. A carga viral dos dois grupos estudados foram: G1: 8/ ± 22,13 e G2: 1/ ± 0,37. Em relação à TARV observou-se que todos os participantes da presente pesquisa faziam seu uso. Metade dos participantes de ambos os grupos relataram a presença de outras comorbidades. Todos os participantes relataram ter sido vacinados contra a Covid-19, com o predomínio de três doses. Em relação à variável de sarcopenia observou-se que em ambos os grupos houve predomínio de provável sarcopenia. Em relação ao AVD-Glittre apenas 01 participante do G2 completou o teste no tempo previsto. Em relação à avaliação da qualidade de vida geral o G1 apresentou média de 14,5 ± 2,23 e e o G2: 16,92± 1,6. Conclusão: A análise estatística dos resultados ainda será realizada, o que limita no presente momento, a conclusão da pesquisa. Mas alguns pontos devem ser enfatizados: houve predomínio de homens adultos na amostra estudada, em tratamento regular da infecção pelo HIV, com prevalência expressiva de provável sarcopenia e comprometimento relevante da capacidade funcional avaliada pelo AVD-Glittre. No entanto, até o presente momento não é possível concluir se a infecção pelo coronavírus potencializou ou não os comprometimentos encontrados.
Copyright (c) 2023 Joseph Sebasthian Balduino Da Silva, Karla Luciana Magnani Seki, Raissa de Souza Camelo Lima, Maynara Guaripuna Ferreira, Caroline Lima Galeano
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/4.0/88x31.png)
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Ao publicar na PECIBES, os direitos de copyright são mantidos pelos autores. Acreditamos que isto permite aos autores ampla divulgação do trabalho, sendo os mesmos responsáveis por todas as informações veiculadas. No entanto, em caso de reuso dos dados, a origem (Revista PECIBES) deve ser citada.