Situações de insegurança na comunicação com a rede percebida pelos trabalhadores da atenção primária

  • Cynthia Fernanda Teles Machado Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - (UFMS)
  • Nur Mohamad Ali El Akra Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - (UFMS)
  • Verusca Soares de Souza Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - (UFMS)

Resumo

Introdução: Garantir a segurança do paciente ao longo do fluxo na rede de saúde e não apenas à nível institucional individual, pode mitigar falhas sistêmicas na assistência à saúde. Frente a um cenário em que a atenção primária é pouco contemplada pelas publicações de documentos oficiais e literatura científica sobre segurança do paciente, questiona-se: “quais as situações de insegurança na comunicação com a rede percebida pelos trabalhadores da atenção primária?”. Objetivo: Descrever situações de insegurança na comunicação com a rede percebida pelos trabalhadores da atenção primária. Método: Pesquisa transversal, do tipo Survey, realizada com profissionais que atuavam na rede de atenção primária de uma capital da região Centro-Oeste do Brasil, independente do cargo desempenhado e atuante há pelo menos seis meses. Participaram 355 profissionais da saúde, conforme cálculo amostral com 95% de confiança e 5% de erro. A coleta dos dados aconteceu de forma remota, por questionário autoaplicado, entre os meses de janeiro a julho de 2023. Foi utilizada a seção B do instrumento Medical Office Survey on Patient Safety Culture (MOSPSC). Nesta seção, questiona-se a frequência de problemas relacionados à troca de informações que o serviço de saúde apresentou nos últimos 12 meses. Os dados foram submetidos a análise descritiva. Resultados: No que tange a centros de imagem/laboratórios da rede, 68 profissionais alegaram problemas de comunicação ao menos uma vez na semana, já 46 disseram um ou dois problemas no último ano. Frente a outros serviços de saúde ou médicos, 66 informaram problemas ao menos uma vez na semana, 65 um ou dois problemas no último ano e 54 vários problemas no último ano. Em relação às farmácias, 60 profissionais negaram qualquer problema, todavia 56 informaram a situação ao menos uma vez na semana. Por fim, concernente aos hospitais, a maioria dos profissionais participantes, 109 deles, informaram desconhecer problemas de informações, ou nenhum problema no último ano. Conclusão: Ao se compreender as situações de insegurança na comunicação com a rede pelos profissionais que prestam o cuidado diariamente na atenção primária à saúde e sua relação com a percepção da cultura de segurança do paciente, permite-se a obtenção de dados concretos referentes às necessidades destes profissionais em exercer a assistência com mais qualidade e autonomia e contribua ao planejamento de ações para melhoria do cuidado.

Referências

Timm M, Rodrigues MCS. “Adaptação Transcultural de Instrumento de Cultura de Segurança Para a Atenção Primária.” Acta Paulista de Enfermagem, vol. 29, 2016, pp. 26–37, www.scielo.br/j/ape/a/NKwYbxLthmqg6m9zYKTvYMy/abstract/?lang=pt, https://doi.org/10.1590/1982-0194201600005.

WHO. World Health Organisation. Global Patient Safety Action Plan 2021-2030 [Internet]. 2021. Available from: https://www.who.int/publications/i/item/9789240032705: towards eliminating avoidable harm in health care, Geneva, 2021.
Publicado
2024-01-12
Como Citar
TELES MACHADO, C. F.; MOHAMAD ALI EL AKRA, N.; SOARES DE SOUZA, V. Situações de insegurança na comunicação com a rede percebida pelos trabalhadores da atenção primária. Perspectivas Experimentais e Clínicas, Inovações Biomédicas e Educação em Saúde (PECIBES), v. 9, n. 2, p. 8, 12 jan. 2024.