Conhecimento de Agentes Comunitários de Saúde sobre prevenção à gravidez na adolescência

  • Vanessa Maruyama Martins Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - (UFMS)
  • Lanna Paulla Andrade Melo Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - (UFMS)
  • Bruno Uratani da Silva Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - (UFMS)
  • Milena Sonchini de Souza Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - (UFMS)
  • Sônia Maria Andrade da Silva Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - (UFMS)
  • Inês Aparecida Tozetti Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - (UFMS)
  • Alda Ferreira Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - (UFMS)
  • Cacilda Tezelli Junqueira Padovani Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - (UFMS)

Resumo

Introdução: A Organização Mundial da Saúde (OMS)1 considera gravidez na adolescência aquelas entre 10 e 19 anos, condição associada a diversos riscos, como maior morbimortalidade materno-fetal, pré-natal tardio ou ausente e infecções congênitas2. Em Campo Grande, entre 2019 e 2021, mais de 7% dos partos foram de adolescentes e o bairro que demonstrou maior incidência foi o Noroeste3. Para alterar esse cenário, deve-se investir em educação em saúde, o que evidencia a relevância da Atenção Primária em Saúde (APS), destacando a potencialidade dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), por terem contato direto com as famílias e realizarem visitas domiciliares. Objetivo: identificar fragilidades no conhecimento de fatores relacionados à prevenção da gravidez na adolescência entre ACS da Unidade de Saúde da Família (USF) do bairro Jardim Noroeste, Campo Grande-MS e promover ações de conscientização desse público. Métodos: Pesquisa descritiva, transversal, quantitativa, com coleta de dados primários mediante elaboração de questionário e aplicação por entrevista estruturada com 26 ACS da USF Jardim Noroeste. Após assinatura do TCLE (CAAE: 68678123.8.0000.0021), os ACS responderam a questões de múltipla escolha sobre fatores relacionados à gestação na adolescência. Os dados obtidos foram registrados no software Microsoft Excel® 2019 e associados pelo teste Qui-quadrado (p < 0,05) com o programa GraphPad Prism 8.0. Após a identificação dos pontos de maior fragilidade no conhecimento, foram realizadas ações educativas no ambiente do CRAS Noroeste com os ACS, como palestras de atualização no tema, rodas de conversa e distribuição de cartilhas de conscientização produzidas no Canva. Resultados e discussão: Dentre os 26 ACS entrevistados, 80,8% definiram gravidez na adolescência em uma faixa etária menor do que a determinada pela OMS, dado alarmante considerando a relevância desse conhecimento para a abordagem de todo o público indicado para a prevenção. Esse resultado pode estar relacionado ainda a estigmas socioculturais que envolvem o início precoce da vida sexual. Nesse sentido, tornam-se mister as capacitações sobre a prevenção da gravidez na adolescência, eventos que 53,8% dos ACS responderam não serem realizados, além de 7,7% referirem não saber. Considerando o indicador proposto pela meta 3.7 de Objetivo do Desenvolvimento Sustentável de aumento da proporção de mulheres usando métodos modernos de planejamento familiar4, faz-se imprescindível que o sistema de saúde ofereça aos seus profissionais atualizações frequentes, para que estejam sempre preparados para promover esse objetivo. Além dos treinamentos para os profissionais, a educação em saúde para o paciente é essencial, a qual é feita por meio de campanhas semestrais de prevenção à gravidez na adolescência na USF Jardim Noroeste. Contudo, a maior parte dos ACS (53,8%) desconhecia esse frequência, o que constitui um obstáculo à sua divulgação e maior alcance da comunidade. Conclusões: Destarte, evidenciou-se fragilidade no conhecimento dos ACS sobre gravidez na adolescência e ações promovidas pela USF para alterar esse cenário. Considerando a importância de conscientizar os adolescentes sobre o tema por meio de fontes seguras, é basilar que os ACS, profissionais da saúde em contato direto com eles, se apropriem mais dos conhecimentos a respeito da gestação nessa fase da vida.       

Referências

World Health Organization (WHO). Adolescent pregnancy. World Health Organization, 15 set. 2022. Available from: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/adolescent-pregnancy.

SILVA, F. N. et al. Gravidez na adolescência: perfil das gestantes, fatores precursores e riscos associados. Rev Gestão & Saúde [Internet]. 2012;3(3): 1166-178. Disponível em: http://www.gestaoesaude.unb.br/index.php/ gestaoesaude/article/view/191.Dados preliminares obtidos pela 33ª Promotoria em 2023.

United Nations General Assembly (UNGA). Resolution 70/1: Resolution adopted by the General Assembly on 25 September 2015 - Transforming our world: the 2030 Agenda for Sustainable Development. UNGA 2015, 21 out.

Publicado
2023-12-31
Como Citar
MARUYAMA MARTINS, V.; ANDRADE MELO, L. P.; URATANI DA SILVA, B.; SONCHINI DE SOUZA, M.; ANDRADE DA SILVA, S. M.; TOZETTI, I. A.; FERREIRA, A.; TEZELLI JUNQUEIRA PADOVANI, C. Conhecimento de Agentes Comunitários de Saúde sobre prevenção à gravidez na adolescência. Perspectivas Experimentais e Clínicas, Inovações Biomédicas e Educação em Saúde (PECIBES), v. 9, n. 2, p. 21, 31 dez. 2023.