Estado nutricional pré-gestacional e peso ao nascer em crianças indígenas, no Mato Grosso do Sul
Resumo
Introdução: O estado nutricional pré-gestacional é um importante recurso para identificar precocemente os riscos durante a gestação, e repercutirá nas condições de saúde e nutrição nos primeiros anos de vida das crianças indígenas. Objetivo: Este estudo tem como objetivo avaliar o estado nutricional pré-gestacional e o peso ao nascer da criança, na população indígena de Mato Grosso do Sul (MS). Método: Trata-se de um transversal, com amostra de 469 puérperas indígenas, que tenha tido parto e/ou atendimento pós-parto imediato em 13 (treze) unidades hospitalares de municípios de MS. Os dados foram coletados em instrumentos específicos, por meio de entrevistas e verificação dos registros da Caderneta da Gestante. Para a avaliação do estado nutricional foi utilizado o Índice de Massa Corporal (IMC), calculado por Kg/ altura², pré-gestacional, classificado com os parâmetros do Institute of Medicine (IOM). Com isso, foram classificadas em baixo peso (IMC < 18,5 kg/m²), peso adequado (IMC = 18,5 a 24,9 Kg/m²), sobrepeso (IMC = 25 a 29,9 kg/m²) e obesidade (>30 kg/m²). Para o peso ao nascer do recém-nascido considerou-se: baixo peso (<2.500 g), peso adequado (≥2.500 g a ≤4.000 g) e macrossomia fetal (>4.000 g)¹. Este foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em seres humanos da FIOCRUZ de Brasília e da Comissão Nacional de Ética de Pesquisa (CONEP), conforme parecer de nº 4.970.421. Resultados: Foram avaliadas 469 mulheres, destas 45/9,5% foram excluídas da análise, pois não foram obtidas informações sobre peso ou altura, totalizando 424. Destas, a maioria era da etnia Guarani e Kaiowá (264/62,4%), seguido de Terena (146/34,5%). Do local de parto, os municípios de Dourados (106/25%) e Amambai (109/25,7%) e Miranda (63/14,9%) foram predominantes em número de partos. Sobre o estado nutricional pré-gestacional das mulheres indígenas, o excesso de peso correspondeu a maioria das mulheres indígenas (64,4%). Em relação ao peso do RN, 87,0% foram adequados, e baixo peso e macrossomia fetal, corresponderam (9,4% e 3,5%, respectivamente). A maioria dos RN com baixo peso (24/40;60%) e macrossomia (14/15;93,3%) foram de mães com excesso de peso pré-gestacional. Conclusão: Evidenciou-se maior prevalência de baixo peso e macrossomia fetal entre as puérperas que apresentaram excesso de peso pré-gestacional. Este estudo alerta para necessidade da assistência nutricional no pré-natal entre indígenas, no Mato Grosso do Sul.
Referências
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