Análise do conhecimento dos trabalhadores de uma unidade de Atenção Primária sobre gravidez em adolescentes
Resumo
Introdução: A gravidez é um evento importante na vida de qualquer pessoa. Por isso é necessário um planejamento que só é possível mediante informações e acesso a métodos para controle de natalidade. Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 16 milhões de menina s adolescentes entre 15 e 19 anos dão à luz a cada ano1. Bebês nascidos de mães adolescentes representam aproximadamente 11% de todos os nascimentos em todo o mundo2 , com 95% ocorrendo em países em desenvolvimento 3 . Para muitas dessas jovens, a gravidez e o parto não são planejados ou desejados, com vários fatores que contribuem para esse cenário. Objetivo: Esse trabalho visa analisar os determinantes de saúde que influenciam a gravidez em adolescentes assistidos por uma unidade de saúde do bairro Jardim Noroeste de Campo Grande - MS, por meio do estudo do conhecimento dos seus profissionais da saúde, contribuindo para levantar debates e estratégias com intuito de levar informações e acesso aos métodos de planejamento familiar para esse público. Método: Caracteriza-se como uma pesquisa descritiva, transversal e quantitativa, com coleta e análise dos dados primários por entrevista estruturada com profissionais de saúde da Atenção Primária à Saúde (APS) do bairro Noroeste de Campo Grande – MS sobre o conhecimento da gravidez na adolescência. Foram incluídos 34 profissionais, que aceitaram participar do projeto após assinatura de TCLE (CEP/UFMS Parecer 6.130.174 - 20/06/23). Foram realizadas ainda ações com os participantes após a pesquisa. Resultados: De 73 profissionais de saúde que trabalham na USF Jardim Noroeste, 46,57% aceitaram participar da pesquisa. Foram entrevistados 34 profissionais de saúde, desses, 67,9% desconhecem a faixa etária (10 a 19 anos) considerada como gravidez na adolescência. A gestação nesse período apresenta diversos riscos e conhecê-los traduz-se em orientações e condutas mais direcionadas a esse público, além de reforçar a importância de abordar o tema com todos dessa faixa etária. Quanto à procura da USF pelos adolescentes para atendimento ginecológico, 42,9% relataram que a frequência é baixa. 21,4% dos profissionais referiram que não há ginecologista na unidade, ou seja, desconhecem que há ginecologista na UBS. Além disso, 42,9% referiram não saber a frequência das campanhas de prevenção à gravidez na adolescência realizadas na unidade e 25% referiram ter frequência anual. Segundo informações da gerência da UBS, a frequência é semestral. Foi realizado ação educativa com todos os trabalhadores da unidade que optaram por f azer, sendo participantes ou não da pesquisa, assim como distribuição de cartilhas educativas acerca do tema. Conclusão: Conclui-se que há fragilidades no conhecimento a respeito de fatores relevantes para o planejamento familiar entre os profissionais de saúde que trabalham na USF Jardim Noroeste em Campo Grande - MS , para os quais foram realizadas ações educativas direcionadas. Contudo, a pesquisa reforça a necessidade de cursos frequentes de atualização dos profissionais, visto que a APS representa o local ideal para modificar o quadro alarmante da gravidez na adolescência. Dessa forma a equipe poderá utilizar essas informações em sua rotina e assim propiciar melhoria na qualidade da assistência à saúde e prevenção da gravidez na adolescência.
Referências
Pan American Health Organization. Accelerating progress toward the reduction of adolescent pregnancy in Latin America and the Caribbean. Report of a technical consultation. Washington, D.C., USA, August 29 -30, 2016). ISBN: 978-92-75-11976-1.
World Health Organization (WHO). Guidelines for preventing early pregnancy and poor reproductive outcomes among adolescents in developing countries. 2011. Available from: https://www.who.int/es/publications/i/item/9789241502214 .
United Nations Population Fund (UNFPA). Universal access to reproductive health: progress and challenges. New York: UNFPA. Available from: https://unfpa.org/sites/default/files/pubpdf/UNFPA_Reproductive_Paper_20160120_online.pdf.
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