Lipídio resorcinólico AMS35AA: Avaliação do potencial antitumoral em células MCF-7 de câncer de mama

  • Ana Maluf Rabacow Giovaneti

Resumo

Por ser um dos tipos mais frequentes de neoplasia em incidência e mortalidade entre mulheres, o câncer de mama impulsiona a busca por tratamento mais adequado, induzindo pesquisadores a investigar novas drogas com maior eficácia, aperfeiçoamento do prognóstico e redução dos efeitos colaterais. O lipídeo resorcinólico AMS35AA (3-Heptyl-3,4,6-trimethoxy-3H-isobenzofuran-1-one) pode atuar como um importante adjuvante na quimioterapia, potencializando o dano mutagênico e aumentando a apoptose causada pelo quimioterápico ciclofosfamida in vivo. Nesse contexto, a pesquisa investigou o potencial antitumoral do AMS35AA e seus efeitos em associação com quimioterápicos comerciais (tamoxifeno, doxorrubicina, cisplatina, 5- fluoruracil (5-FU) e irinotecano) em linhagem de câncer de mama, por meio do ensaio de MTT 3-(4,5-dimethylthiazol-2-yl)-2,5-diphenyltetrazolium bromide, apoptose e  cometa. O AMS35AA demonstrou ser citotóxico para a linhagem celular MCF-7 nas concentrações de 5, 10, 20 e 40 µg/ml,  por reduzir a viabilidade celular para  88,50±3,5; 64,82±4,65; 51,36±5,62  e 27,37±0,76, respectivamente, caracterizando uma relação inversamente proporcional (quanto maior a dose menor a sobrevivência das células). Quando associado aos quimioterápicos comerciais o AMS35AA aumentou a citotoxicidade somente  do 5-FU. O composto foi genotóxico para todas as doses testadas e quando associado ao 5-FU o dano genômino foi ainda mais evidente. O AMS35AA provocou apoptose nas células MCF-7, aumentando a frequência  de células apoptóticas quando tratadas em associação com o 5-FU. Necrose não foi observada. Portanto, o composto em estudo pode ser um importante adjuvante no tratamento com o 5-FU, a medida que potancializa o dano genômico e aumenta a frequência de apoptose.

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Publicado
2018-09-10
Como Citar
RABACOW GIOVANETI, A. M. Lipídio resorcinólico AMS35AA: Avaliação do potencial antitumoral em células MCF-7 de câncer de mama. Perspectivas Experimentais e Clínicas, Inovações Biomédicas e Educação em Saúde (PECIBES), v. 4, n. 1, 10 set. 2018.