A ludicidade no tratamento com paciente pediátrico não colaborativo
Resumo
Introdução: A hospitalização modifica a vida da criança, pois ela sofre com a doença, é afastada da família, da escola e dos objetos pessoais, perdendo grande parte de suas referências. Além disso, pode-se encontrar no hospital um ambiente hostil, com procedimentos invasivos e uma atmosfera geralmente tensa e ameaçadora. Sendo assim, o brincar tem sido reconhecido pela sua função terapêutica, que atua na modificação do ambiente, do comportamento e, principalmente, da estrutura psicológica da criança e do acompanhante, no decorrer de seu tratamento. O brincar pode servir também como aproximação entre a criança e os profissionais de saúde, enfocando não apenas a atividade desenvolvida, mas o tipo de relação estabelecida, bem como auxiliando no processo terapêutico e sua execução. Descrição da experiência: Paciente de 7 anos, sexo masculino admitido na enfermaria pediátrica num hospital de ensino com o diagnóstico de pneumonia evoluindo para derrame pleural e pneumatocele, sendo necessário a inserção de dreno de tórax. Paciente e pais não colaborativos, dificultando os procedimentos para resolução dos seus processos patológicos. Discussão: A equipe atuou de forma conjunta assim de proporcionar, no contexto hospitalar, um ambiente estruturado para as atividades lúdicas, que possibilitou uma continuidade satisfatória no processo de resolução do quadro clínico e alta hospitalar. Esse tipo de recurso pode ser efetivo como fator de proteção, ao estimular a resiliência da criança. O lúdico exerceu efeitos terapêuticos sobre os pais, pois proporcionaram uma oportunidade de reorganização e de descanso. Nesse sentido, mesmo ativamente brincando com seus filhos, eles deslocaram por algum momento o foco do seu pensamento para algo além da doença. Consequentemente, os pais se sentiram confortados ao ver o filho participando das atividades propostas, esquecendo por um tempo os efeitos negativos gerados pela hospitalização. Essa outra face do brincar no hospital possibilitou uma melhor interação entre pais e filho diante da situação enfrentada, ajudando-os a lidar melhor com a internação. Dessa forma, a equipe multiprofissional precisou ter uma postura ética e entendimento claro das melhorias que o brincar possibilitou na aceitação, recuperação, bem-estar e saúde do paciente.
Palavras-chave: Brincar; Ambiente Hospitalar; Hospitalização.
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