Reação Hansênica tipo II: um estudo de caso

  • Josyenne Assis Rodrigues 1 Residente de enfermagem - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul / Hospital São Julião, josyennerodrigues@homail.com; 2 Residente de enfermagem - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul / Hospital São Julião; 3 Enfermeira, preceptora de enfermagem do Hospital São Julião, mestre em Desenvolvimento Local pela Universidade Católica Dom Bosco.
  • Ane Milena Macêdo de CAstro
  • Gleice Kelli Santana de Andrade
  • Tuany de Oliveira Pereira
  • Francielly Anjolin Lescano
  • Angélica Amaro Ribeiro
  • Edivania Anacleto

Resumo

Introdução: As reações hansênicas (tipo 1 e 2) são alterações do sistema imunológico que se exteriorizam como manifestações inflamatórias agudas ou subagudas, mais frequentes em pacientes com hanseníase multibacilar. Na reação tipo 2 a manifestação clínica mais comum é o Eritema Nodoso Hansênico (ENH), caracterizado por nódulos subcutâneos dolorosos acompanhados ou não de manifestações sistêmicas como: febre, mal-estar, orquite, iridociclites, com ou sem espessamento e neurite. Esse estudo foi aprovado pela Resolução 466/2012 sob o parecer: 2.005.461. Descrição do Caso: Sexo feminino, 22 anos, residente em Campo Grande/MS, estudante. Diagnosticada com Hanseníase Dimorfo-Virchowiana em julho de 2017, confirmado após exame anatomopatológico, exame BAAR com linfa (4,5 +), notificada como caso novo devido contato intradomiciliar. Realizou tratamento com programação de 24 doses de poliquimioterapia multibacilar (PQT-MB) alternativo (Clofazimina, Ofloxacino e Rifampicina) devido anemia hemolítica à Dapsona. No decorrer do tratamento (11° dose PQT-MB) apresentou ENH reação do tipo II forma necrotizante, sendo necessário o uso de Talidomida 100 mg em dias alternados e Prednisona associada ao uso de contraceptivo injetável. Em julho de 2018 paciente apresentou nódulos eritematosos dolorosos, máculas acastanhadas em MMSS e MMII e orelhas acinzentadas, com piora progressiva de ENH e surgimento de pústulas em alguns nódulos, febre, dor intensa em tornozelos, presença de edema em MMII, congestão nasal e dispneia, necessitando de internação hospitalar para tratamento do caso. Discussão: O tratamento dos estados reacionais geralmente é ambulatorial e devem ser consideradas como situação de emergência com necessidade de internação para tratamento nas primeiras 24 horas. Diante disso o enfermeiro deve realizar o acompanhamento desse paciente durante a hospitalização identificando principalmente o tipo de reação, avaliar a extensão do comprometimento dos nervos periféricos, conhecerem as contraindicações, interações e efeitos adversos dos medicamentos usados no tratamento da hanseníase e seus estados reacionais, de modo a garantir uma assistência em saúde segura ao paciente e realizar orientações importantes a respeito do tratamento auxiliando-o em domínios amplos.

 

Palavras-chave: Hanseníase Multibacilar; Enfermagem; Poliquimioterapia.

Como Citar
RODRIGUES, J. A.; MACÊDO DE CASTRO, A. M.; DE ANDRADE, G. K. S.; PEREIRA, T. DE O.; LESCANO, F. A.; RIBEIRO, A. A.; ANACLETO, E. Reação Hansênica tipo II: um estudo de caso. Perspectivas Experimentais e Clínicas, Inovações Biomédicas e Educação em Saúde (PECIBES), v. 4, n. 2, 11.