A difícil tarefa de diagnosticar precocemente a Síndrome de DiGeorge na população pediátrica: um relato de caso.

  • Caroline Borges da Silva Universidade Federal do Mato Grosso do Sul- Hospital Universitário Maria aparecida Pedrossian
  • Yvone Maia Brustoloni Universidade Federal do Mato Grosso do Sul- Hospital Universitário Maria aparecida Pedrossian

Resumo

Introdução: A microdeleção 22q11.2 (Síndrome de DiGeorge) é considerada uma das síndromes de microdeleção genética mais frequentes na população pediátrica, porém seu diagnóstico muitas vezes não é suspeitado. Objetivo: relatar o caso de um paciente portador de Síndrome de DiGeorge (SDG). Método: as informações foram obtidas por meio de revisão do prontuário médico. Relato: Paciente feminina, boas condições de nascimento, evoluiu com crise convulsiva associado a hipocalcemia aos 4 anos de idade. Ao decorrer do acompanhamento ambulatorial apresentou 8 internações por Pneumonia em 1 ano, sendo que a hipocalcemia estava presente em todas elas. Foram notadas outras manifestações clínicas associadas: atraso do DNPM, déficit de aprendizagem, baixa estatura, disfagia e dismorfias craniofaciais. Após discussão multidisciplinar do caso, o diagnóstico de SDG foi sugerido, paciente realizou teste genético, o mesmo apresentou resultado negativo, apesar disso, o diagnóstico de provável SDG foi estabelecido pelos vários sinais e sintomas clínicos, além de que um resultado negativo a partir desse tipo de análise não exclui a presença de anormalidades na região 22q11.2. Discussão: Descrevemos o caso de uma criança na qual a suspeita diagnóstica foi fundamental para a implementação de medidas que influenciaram diretamente na melhora de sua qualidade de vida. O diagnóstico tardio, após 8 internações por pneumonia, nas quais a hipocalcemia era sempre detectada, demonstra a falha no reconhecimento da patologia, que pode passar despercebida.  Pode-se concluir que é válido estabelecer a importância da suspeita diagnóstica para melhorar a qualidade de vida e instituir o acompanhamento necessário para a criança envolvida.                           

 

 

Palavras-chave: Pediatria. Síndrome de DiGeorge. Diagnóstico.

Biografia do Autor

Caroline Borges da Silva, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul- Hospital Universitário Maria aparecida Pedrossian
Médica, Residente em Pediatria, Universidade Federal Do Mato Grosso do Sul
Yvone Maia Brustoloni, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul- Hospital Universitário Maria aparecida Pedrossian
Profª Dra. do departamento de Pediatria da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul- Hospital Universitário Maria aparecida Pedrossian

Referências

Angela BF Fomin, Antonio Carlos Pastorino, Chong Ae Kim, Alexandre C Pereira, Magda Carneiro Sampaio, Cristina Miuki Abe JacobI. DiGeorge Syndrome: a not so rare disease. CLINICS, 65(9), 865-869, 2010.

Chinen J, Rosenblatt HM, Smith EO, Shearer WT, Noroski LM.Long term assessment of T cell population in DiGeorge Syndrome. J Allergy Clin Immunol, 2003.

Christina Cruz Hegner, Fernanda Lavagnoli Barcelos, Juliana Neves Ferreira, Roberta Petroni Smiderle, Patrícia Casagrande Dias de Almeida. Diagnóstico tardio de síndrome de DiGeorge em criança hipocalcêmica: relato de caso. Rev Med Minas Gerais, 26 (Supl 2), S53-S56, 2016.

Goldmuntz E. DiGeorge Syndrome: New Insights. Clin Perinatol, 32, 963-978, 2005.

Karina M. de Melo, Beatriz T. Costa Carvalho. DiGeorge Syndrome: Clinical - immunologic aspects and management. Rev. bras. alerg. Imunopatol, 30(2), 2007.

Melo KM, Carvalho BTC. Síndrome de DiGeorge: Aspectos clínico-imunológicos e manejo DiGeorge Syndrome: Clinical - immunologic aspects and management. Rev. Bras. Alerg. Imunopatol., 30 (2), 47-50, 2007.

Ochs HA, Nelson DL, Sthiem ER. Other well-defined Immunodeficiency Syndromes. In: Ochs HD, Sthiem ER (ed) Immunologic disorders in infants and children. Philadelphia, WB Saunders, 5th ed, 523-530, 2004.

Oskarsdóttir S, Persson C, Eriksson BO, Fasth A. Presenting phenotype in 100 children with the 22q11 deletion syndrome. Eur J Pediatr, 164, 146-53, 2005.

Perez E, Sullivan KE. Chromosome 22q11.2 deletion syndrome (DiGeorge and velocardiofacial syndrome). Curr Opin Pediatr, 14, 678-683, 2002.

Rosa RFM, Zen PRG, Roman T, Graziadio C, Paskulin GA. Síndrome de deleção 22q11.2: compreendendo o CATCH22. 22q11.2 deletion syndrome: catching the CATCH22. Rev Paul Pediatr, 27(2), 211-20, 2009.

Shprintzen RJ. Velo-cardio-facial syndrome. In: Cassidy SB, Allanson J, editors. Management of genetic syndromes. New York: Wiley, 495-517, 2005.

Zhang L, Zhong T, Wang Y, Jiang Q, Song H, Gui Y. TBX1, a DiGeorge syndrome candidate gene is inhibited by retinoic acid. Int J Dev Biol, 50, 55-61, 2006.

Publicado
2019-09-30
Como Citar
DA SILVA, C. B.; BRUSTOLONI, Y. M. A difícil tarefa de diagnosticar precocemente a Síndrome de DiGeorge na população pediátrica: um relato de caso. Perspectivas Experimentais e Clínicas, Inovações Biomédicas e Educação em Saúde (PECIBES), v. 5, n. 1, 30 set. 2019.
Seção
Artigos Originais