Tratamento cirúrgico de ferimento facial: relato de caso
Resumo
Os ferimentos faciais possuem ampla variância em relação a sua complexidade e são causados por agentes traumáticos que geram lesões aos tecidos moles. A lesão tecidual gerada por este agente pode ser classificada em superficial ou profunda, podendo se relacionar com infecções e resultados estéticos insatisfatórios, principalmente quando há um maior tempo de exposição dos tecidos. O tratamento para estas lesões depende da remoção dos tecidos inviáveis e regularização das bordas da ferida diminuindo o risco de infecção e melhorando a cicatrização, o que depende em muito do tempo decorrido da lesão tecidual. Deste modo, é objetivo apresentar um caso de paciente de 35 anos de idade procurou atendimento no Hospital Universitário Maria Pedrossian queixando-se de trauma em face em virtude de acidente de trabalho há mais de 48 horas. Apresentou ferimento extenso em lábio superior com perda de substância e ausência de sutura; discreto edema na região. Ausência de desnivelamento ósseo a palpação no arcabouço facial, acuidade e motilidade ocular preservadas assim como ausência de alterações dignas de nota intrabucalmente. Aos exames de imagem nenhuma fratura facial foi constatada. Em virtude do quadro e mesmo decorridos mais de 48 horas do trauma optou-se pela sutura do ferimento em lábio, sob anestesia local em nível ambulatorial. Em pós-operatórios ausência de queixas álgicas e/ou estéticas. A literatura recomenda a sutura de ferimentos em até 6 horas decorridas do trauma mas é sabido que em ferimentos faciais até 24 horas podemos esperar sucesso em virtude da maior vascularização facial. O caso apresentado acima foi um grande desafio mas o sucesso alcançado com o mesmo, 48 horas após o trauma em face, mostrou que sempre que possível o tratamento deve ser instituído minimizando as possíveis seqüelas.
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