Perfis clínicos e epidemiológicos dos pacientes com leishmaniose visceral provenientes do hospital universitário maria aparecida pedrossian (Humap/Ufms)
Abstract
Objetivo: Avaliar os perfis clínicos e epidemiológicos dos pacientes diagnosticados com leishmaniose visceral provenientes do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (HUMAP/UFMS). Material e métodos: Trata-se de um estudo descritivo e analítico transversal. Foram analisados aspectos clínico-epidemiológicos a partir de dados obtidos em prontuário médico de pacientes com LV no período de 2021 a fevereiro de 2023. Resultados: Este estudo evidenciou maior incidência de LV em sexo masculino, idade entre 40-59 anos, cor parda, baixa escolaridade e provenientes de área urbana, sendo Campo Grande o município de residência da maioria dos casos. Os sinais e sintomas mais frequentes foram febre, anemia/bicitopenia/pancitopenia, perda ponderal, hepatoesplenomegalia, fraqueza e hiporexia. Do total de 41 casos, 33 (80,5%) eram HIV-positivos, sendo que 21,2% abriram caso de HIV/AIDS com LV. No momento do diagnóstico de LV, 69,7% estavam em uso de TARV e a contagem de células T CD4+ predominou abaixo de 200 células/mm3 (72,7%). Obteve-se que 43,9% dos casos representavam recidivas de LV, dos quais 72,2% haviam realizado profilaxia secundária anteriormente. O principal método diagnóstico foi o exame parasitológico direto, com confirmação de 63,4% dos casos. O exame parasitológico indireto (cultura) e o exame molecular (PCR) atuaram com confirmação laboratorial adicional significativa. O tratamento foi realizado em 97,6% dos casos, as principais drogas administradas foram Anfotericina B Lipossomal (77,5%) e Anfotericina B Desoxicolato (40%). O desfecho da doença se deu com 22% de cura, sendo apenas 1 caso de indivíduo HIV-positivo, 56,1% realizaram profilaxia secundária após o tratamento e a taxa de mortalidade foi de 12,1% (4 pacientes). Conclusão: A leishmaniose visceral em Mato Grosso do Sul possui caráter endêmico e perfil de pacientes acometidos semelhante a outras regiões do país, e nos últimos anos tem apresentado tendência ao aumento da prevalência de coinfecção LV-HIV, com importante impacto no prognóstico dos pacientes com LV, principalmente em relação a recidivas e letalidade.
Copyright (c) 2023 Jéssica Ayumi Oshiro, Natália Oliveira Alves
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