Problemas relacionados ao uso de antimicrobianos em pacientes em terapia renal substitutiva
Abstract
Introdução: A doença renal crônica (DRC) é um grave problema de saúde pública, considerando sua condição irreversível e progressiva, necessitando de terapias de alta complexidade. Em pacientes que necessitem de terapia renal substitutiva (TRS) é de suma importância que o farmacêutico clínico identifique oportunidades de ajuste de dose de medicamentos durante a utilização desses métodos, detectando possíveis problemas relacionados a medicamentos (PRMs). Objetivo: estudar os PRMs relacionados ao uso de antimicrobianos e os resultados negativos associados à medicação (RNM) em pacientes adultos em TRS. Método: Trata-se de um estudo observacional e retrospectivo, realizado em um hospital universitário da região Centro-Oeste. A amostra foi constituída de pacientes internados, em terapia antimicrobiana e submetidos a TRS no período de janeiro a agosto de 2017. As variáveis de estudo foram coletadas no primeiro dia que foi utilizado o antimicrobiano e também a hemodiálise. As variáveis coletadas foram: sócio demográficas, clínicas, laboratoriais, farmacológicas, relacionadas a TRS, relacionadas aos PRMs e RNM detectados. Para a detecção de PRMs e prováveis RNMs utilizou-se a Metodologia Dáder. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul com o número do parecer 2.355.479. Resultados: A amostra foi constituída de 85 pacientes, sendo 53 do sexo masculino (62,4%) e idade média de 61,22 ± 15,24 anos. O principal motivo do uso de antimicrobiano foi sepse (34,9%). Em relação ao perfil de medicamentos, observou-se uma média de 2,57 ± 1,57 antimicrobianos diferentes prescritos por paciente, sendo os carbapenêmicos (13,70% das prescrições) a principal classe. Os principais PRMs encontrados foram: erro na prescrição (45,45%), incompatibilidade em Y (14,13%) e posologia não adequada (12,17%), mediana de 6 (seis) PRMs por paciente. Quanto aos RNMs foram: insegurança quantitativa (50%), insegurança não quantitativa (19,67%) e inefetividade quantitativa (19,25%). Conclusões: A prevalência de PRMs e RNMs observada foi elevada em pacientes em diálise e terapia antimicrobiana no período estudado. Sendo o principal problema detectado o erro na prescrição, possibilitando insegurança quantitativa relacionada aos antimicrobianos.
Palavras-chave: doença renal; atenção farmacêutica; antimicrobianos.
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