Efeito da posição prona na Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA): relato de experiência

  • Jéssica Leidiane Marquiza 1Residente do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde – Atenção ao Paciente Crítico. Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Campo Grande/MS, Brasil. E-mail: jessica_leidiane@hotmail.com. 2Fisioterapeuta da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Campo Grande/MS, Brasil.
  • Jéssica Oliveira Brandão
  • Letícia Souza Lima
  • Lídia Viegas Tenório da Silva
  • Bruna Bentos Nepomuceno
  • Renata Lanzoni de Oliveira
  • Alessandra Fernandes Druzian
  • Mario Eduardo Monteiro Dias

Abstract

Introdução: A Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) é caracterizada por insuficiência respiratória aguda associada à hipoxemia refratária à administração de oxigênio, com alteração da relação ventilação perfusão e infiltrados intersticiais difusos à radiografia de tórax por edema pulmonar não cardiogênico. A manobra de posição prona pode ser considerada uma proposta terapêutica para minimizar a hipoxemia, sendo a melhora expressiva da oxigenação relacionada ao aumento da movimentação da caixa torácica, à redistribuição das áreas de condensação, aumentando assim, o número de alvéolos ventilados sem alteração da perfusão com conseguinte efetivação da difusão, refletindo positivamente na sobrevida. A manobra não é isenta de riscos, podendo acarretar complicações até mesmo fatais, o que gera anseio e insegurança às equipes. Descrição da experiência: A manobra foi realizada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com uma paciente do sexo feminino, 28 anos, submetida à intubação orotraqueal e ventilação mecânica após episódio de broncoaspiração secundária à intoxicação exógena, resultando em um quadro de pneumonia que evoluiu para SDRA grave, com consequente repercussão clínica, laboratorial e radiológica. Em discussão multiprofissional, devido a permanência da hipoxemia após o manejo clínico e ventilatório com pressão positiva expiratória final, foi proposta a realização da posição prona. Utilizou-se um check-list como recurso de apoio e gerenciamento de erros para guiar a técnica do envelope realizada por 2 fisioterapeutas, 5 enfermeiros e 2 médicos. Antes da manobra a paciente apresentava saturação periférica de oxigênio (SpO2) de 72%; 15 minutos após, SpO2 de 81% e 1 hora após, SpO2 de 95%. A relação PaO2 /FiO2 era de 67 antes da manobra; 1 hora após de 83 e 18 horas após de 200, permanecendo neste valor em 48horas. Não houve complicações graves, apenas edema facial, com desfecho favorável do caso, posterior desmame da ventilação mecânica e alta da UTI. Discussão: Estudos demonstram que a manobra de prona tem melhorado a hipoxemia em 70% dos casos de SDRA e que a incidência de complicações é pequena. No entanto, ressalta-se a necessidade de educação permanente sobre o tema e demais evidências da efetividade da técnica.

Palavras-chave: Insuficiência respiratória; decúbito ventral; hipoxemia.

How to Cite
MARQUIZA, J. L.; BRANDÃO, J. O.; LIMA, L. S.; TENÓRIO DA SILVA, L. V.; NEPOMUCENO, B. B.; DE OLIVEIRA, R. L.; DRUZIAN, A. F.; MONTEIRO DIAS, M. E. Efeito da posição prona na Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA): relato de experiência. Perspectivas Experimentais e Clínicas, Inovações Biomédicas e Educação em Saúde (PECIBES), v. 4, n. 2, 11.