Caracterização das hospitalizações por anemia falciforme no Estado do Mato Grosso do Sul

  • Josiel Elisandro Werle Universidade Federal de Mato Grosso do Sul: (UFMS)
  • Maria Aparecida dos Santos Eloy Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Carolina Mariano Pompeo Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Andreia Queiroz Insabralde Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Alexandra Maria Almeida Carvalho Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Maria Lúcia Ivo Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Marcos Antônio Ferreira Júnior Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Elen Ferraz Teston Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Resumen

Introdução: A doença falciforme é uma doença hematológica hereditária comum no Brasil. Engloba um grupo de anemias hemolíticas, que se caracteriza pela alteração estrutural na cadeia da beta-globina que leva à produção de uma hemoglobina anormal denominada HbS. Dentre essas hemoglobinopatias se destaca a Anemia Falciforme (AF). No Brasil em decorrência do contexto histórico da migração africana, de cunho escravo, a AF expandiu-se por quase todo território nacional e hoje faz parte de um grupo de doenças e agravos relevantes que acometem vários indivíduos. Estima-se que cerca de 3.500 recém-nascidos com AF e 200.000 com traço falciforme, sejam diagnosticados a cada ano pelo Programa Nacional de Triagem Neonatal brasileiro. Objetivo: Caracterizar as internações hospitalares por Anemia Falciforme no estado do Mato Grosso do Sul. Método: Estudo descritivo, transversal. A coleta de dados ocorreu na base de dados do Sistema de Internação Hospitalar em Autorizações de Internações Hospitalares versão reduzida, do Departamento de Informática do SUS, no espaço temporal de dois anos, 2016 e 2017. A busca foi realizada no sistema informatizado no período de agosto a setembro de 2018, por dois pesquisadores treinados. Ocorreu a seleção do diagnóstico com a utilização da CID-10 com os códigos D57.0 (Anemia falciforme com crise) e D57.1 (Anemia falciforme sem crise). Variáveis utilizadas: número de internações, readmissões, sexo, idade, data de nascimento, óbitos, raça/cor, município de movimentação, município de origem e tempo de permanência. Resultados: Foram registradas 76 internações (51,35%) no ano de 2016 e 72 (48,64%) em 2017. O maior número de internações ocorreu na faixa etária até 18 anos, com 83 casos (56%). Este tipo de internação pode estar relacionado com o diagnóstico precoce dos casos e o aumento dos cuidados advindos dos protocolos ministeriais referentes a AF. Houve prevalência do sexo feminino com 96 casos (64,86%), ocorreram dois óbitos (2,74%) em pacientes adultos, 75 registros (50,67%) eram de readmissão. Quanto a variável raça/cor informada 63 pacientes (42,57%) eram da cor parda, e 44 brancos (29,73%). Entretanto não constavam registros para 35 casos (23,65%). O tempo de internação variou de um a seis dias em 88 casos (59,46%). A principal localidade de internação foi Campo Grande com 62 internações (41,89%) seguido de Dourados com 30 (20,27%) as demais estavam dispersas pelo estado, porém a maioria expressiva dos pacientes não possui residência no local de internação. Conclusão: O maior número internações ocorreu em crianças e adolescentes do sexo feminino de cor parda, sem registro de óbitos nesse grupo. As readmissões foram frequentes e possuem relação com as crises, idade e tipo de tratamento. As cidades que possuem a rede de atendimento para AF foram as que mais internaram pacientes embora estes não residam nestes locais, fato que pode influenciar muito na qualidade de vida destes pacientes devido ao deslocamento intermunicipal e entraves enfrentados. Este estudo apresenta relevante temática, e subsídios para desenvolvimento de estudos futuros com abordagem em uma maior série temporal e investigações relativas às condições de vida e saúde destes pacientes.

 

Palavras-chave: Anemia Falciforme. Hospitalização. Enfermagem.

 

Biografía del autor/a

Josiel Elisandro Werle, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul: (UFMS)

Enfermeiro - Mestrando em Enfermagem pela UFMS

Maria Aparecida dos Santos Eloy, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Enfermeira - Graduação pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Carolina Mariano Pompeo, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Enfermeira - Doutoranda em Saúde e Desenvolvimento na Região Centro Oeste/UFMS

Andreia Queiroz Insabralde, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Enfermeira - Doutoranda em Saúde e Desenvolvimento na Região Centro Oeste/UFMS

Alexandra Maria Almeida Carvalho, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Docente no Programa de Pós – Graduação em Saúde e Desenvolvimento da Região Centro-Oeste/UFMS

Maria Lúcia Ivo, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Docente no Programa de Pós – Graduação em Saúde e Desenvolvimento da Região Centro-Oeste/UFMS

Marcos Antônio Ferreira Júnior, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Docente no Programa de Pós – Graduação em Enfermagem/UFMS.

 

Elen Ferraz Teston, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Docente no Programa de Pós – Graduação em Enfermagem/UFMS

Publicado
2020-05-26
Cómo citar
WERLE, J. E.; DOS SANTOS ELOY, M. A.; MARIANO POMPEO, C.; QUEIROZ INSABRALDE, A.; MARIA ALMEIDA CARVALHO, A.; IVO, M. L.; FERREIRA JÚNIOR, M. A.; FERRAZ TESTON, E. Caracterização das hospitalizações por anemia falciforme no Estado do Mato Grosso do Sul. Perspectivas Experimentais e Clínicas, Inovações Biomédicas e Educação em Saúde (PECIBES), v. 5, n. 2, p. 2, 26 may 2020.