A concepção primordial de uma teoria que estuda a significação, de alguma forma, insere a teoria semiótica em uma jornada contínua. Conforme nos diz Bertrand (2003, p. 49), “a semiótica apresenta modelos para análise da significação, para além da palavra, para além da frase, na dimensão do discurso que lhe é pertinente”. A multiplicidade de discursos, o aparecimento de novos gêneros, as reformulações de como produzir sentido exigem um constante aprimoramento para a forma de olhar os objetos semióticos: textos, práticas, estratégias e formas de vida. E uma vez que a linguagem é “a faculdade mais alta e mais misteriosa do homem” (BENVENISTE, 2005, p. 49), uma sustentação teórica atenta faz-se necessária para a compreensão dos discursos que atravessam nossas vidas.

Pretende-se, neste número da Revista Rascunhos Culturais, explorar as possibilidades de análise que a semiótica de base francesa oferece dentro dos estudos da linguagem. Os autores dos artigos podem tratar de questões teóricas e/ou apresentar análises de diversos domínios, como o jornalístico, o publicitário, o literário, dentre outros. Nosso intuito, portanto, é acolher trabalhos que evidenciem esse caráter múltiplo que a linha teórica eleita permite.

Referências

BENVENISTE, E. Problemas de linguística geral I. Tradução de Maria Gloria Novak e Maria Luiza Neri: revisão do prof. Isaac Nicolau Salum. 5 ed. São Paulo: Pontes, 2005.

BERTRAND, D. Caminhos da semiótica literária. Bauru, SP: EDUSC, 2003.

 

Tiana Andreza Melo Antunes (UFMS)

Regina Souza Gomes (UFRJ)

Publicado: 2023-09-18

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