MÍDIA E ATIVISMO JUDICIAL NA OPERAÇÃO LAVA-JATO

A MANIPULAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA COMO ESTRATÉGIA DE SUSPENSÃO DE DIREITOS

  • Macell Cunha Leitão Universidade Federal do Piauí
  • Ana Clara da Cruz Miranda Centro Universitário Uninovafapi
  • Carla Beatriz da Silva Carvalho Centro Universitário Uninovafapi
  • Erlany Amorim da Silva Centro Universitário Uninovafapi

Resumo

O presente trabalho teve por objetivo analisar o papel da mídia na persecução criminal perpetrada pela Operação Lava-Jato, de modo a verificar em que medida a manipulação da opinião pública legitima a suspensão de direitos fundamentais. A investigação se estruturou com base no método de abordagem hipotético-dedutivo, utilizando as técnicas de pesquisa bibliográfica e documental. Nesse sentido, a hipótese de pesquisa foi testada a partir da análise de decisões judiciais e da literatura científica acerca do tema. A pesquisa constatou que a intensa e permanente midiatização das fases da Operação Lava-Jato não consistia em mera publicização de decisões judiciais tomadas por razões jurídicas, mas em uma verdadeira estratégia para legitimar a suspensão de direitos fundamentais de indivíduos considerados culpados pela opinião pública antes mesmo de serem submetidos a um processo judicial baseado no devido processo legal. Por essa razão, foi possível destacar as redes de influência mútua que mídia, opinião pública e sistema justiça exercem entre si. Ao demonstrar o papel da mídia na postura ativista da Operação Lava-Jato, o trabalho colabora com a avaliação crítica de um dos principais acontecimentos jurídicos da história recente do Brasil, fornecendo balizas para que o direito não seja instrumentalizado em nome da guerra a sujeitos tratados como inimigos.

Biografia do Autor

Macell Cunha Leitão, Universidade Federal do Piauí

Bacharel em Direito pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Mestre em Teoria, História e Filosofia do Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Doutor em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professor Adjunto da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Ana Clara da Cruz Miranda, Centro Universitário Uninovafapi

Bacharela em Direito pelo Centro Universitário Uninovafapi (UNINOVAFAPI). Integrante do grupo de pesquisa Direito Internacional sem Fronteiras (DIsF). Oficial de Gabinete da 1ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública da Comarca de Teresina do Tribunal de Justiça do Piauí.

Carla Beatriz da Silva Carvalho, Centro Universitário Uninovafapi

Bacharela em Direito pelo Centro Universitário Uninovafapi (UNINOVAFAPI). Pós-Graduanda em Criminologia no GRAN Centro Universitário. Oficial de Gabinete do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí.

Erlany Amorim da Silva, Centro Universitário Uninovafapi

Bacharela em Direito pelo Centro Universitário Uninovafapi (UNINOVAFAPI). Assessora Jurídica do Município de Teresina/PI.

Publicado
2025-03-06