O ensino de Matemática e Ciências por meio de uma Atividade Colaborativa Inclusiva no Jardim Escolar

  • Charlene Marcondes Avelar Escola Estadual Padre Franco Delpiano
  • Tatyane do Socorro Soares Brasil Escola Estadual Padre Franco Delpiano
  • Maria de Fátima de Lima Melo Costa Escola Estadual Padre Franco Delpiano

Resumo

As práticas realizadas têm como base o seguinte questionamento: como ensinar Matemática e Ciências envolvendo a Educação Especial em aprendizagens colaborativas? O projeto cooperativo inclusivo foi desenvolvido com 15 (quinze) estudantes, entre alunos da Educação Especial e a comunidade estudantil. Dos 15 (quinze) alunos, 10 (dez) estão matriculados na Sala de Recurso Multifuncional, os quais apresentam deficiências (físicas, intelectuais, múltiplas e transtorno do espectro autista) do ensino fundamental I e II (4º ao 9º ano) do período matutino e vespertino e 5 (cinco) da turma do 9º ano, ambos matriculados em uma Escola Estadual, localizada em Campo Grande - MS. Segundo Decreto n° 7.611/2011 em seu art. 1º, incisos I e III, dispõe-se: I - Garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades. III - Não exclusão do sistema educacional geral sob alegação de deficiência. O jardim escolar integra diversas oportunidades e recursos de aprendizagem ativa e de Educação Ambiental. Essa ferramenta estabelece uma ligação mais estreita entre o ser humano e a natureza, gerando uma transformação social para superação das injustiças ambientais e sociais na humanidade (Sorrentino, 2005). Utilizamos como instrumentos de coleta de dados levantamento prévio, planejamento das atividades, práticas e observações pautada nos princípios da pesquisa de estudo de casos, com análise de dados de forma descritiva, bem como, o processo participativo dos interlocutores. Este trabalho tem como objetivo geral contextualizar a ligação entre Matemática e Ciências em hábitos cotidianos na vida dos estudantes e verificar os efeitos da prática sobre aspectos emocionais. As atividades tiveram duração de 6 (seis) aulas, 1 (uma) a cada semana iniciando com: dinâmica dos cinco sentidos, na sequência observação do jardim sensorial da escola, degustação de chá de hortelã com patê de sementes de girassol, pintura com tinta ecológica de beterraba e plantio na garrafa pet de mudas (alface, hortelã e girassol), plantio de sementes de girrasol no solo e plantio de hortelã na floreira do jardim da escola. Foram realizados desenhos sobre o que mais gostaram e/ou mais chamou atenção durante as aulas e para finalizar os estudantes levaram para casa mudas de alface para acompanharem o desenvolvimento. As aulas foram gravadas disponibilizadas as turmas do 9º ano A e B, para realização das mesmas tarefas e apresentarem suas práticas e relatórios. Em paralelo a atividade de plantio foi introduzido cálculos matemáticos referente a taxa de crescimento das mudas, trabalhando conteúdos como: operações básicas, porcentagem, espaço e forma, grandezas e medidas, organização de dados coletados por meio de tabelas, construção de gráficos, apresentação de textos escritos sobre a finalidade das atividades e a síntese dos resultados. Nestas aulas foram trabalhadas interdisciplinarmente as habilidades e competências de Matemática e Ciências (Figura 1), com aplicação das atividades práticas os estudantes se sentiram mais motivados a participarem das aulas, e puderam perceber como é simples e usual a conexão da Matemática e Ciências da natureza em contexto com o seu dia a dia. Também foi possível fazer e demonstrar, como as plantas são importantes para ambiente em que vivemos, compreender os seus benefícios para nossa saúde física e emocional com um ganho valoroso, sendo capacitados para transmitir a sociedade o que aprenderam na prática.

 

Figura 1: Sequência da aula Ciências e Matemática   

     

 

 

 

 

                                                                                      

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: autores/2021

 

 

Referências Bibliográficas:

 

BRASIL, Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a Educação Especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências. D.O.U. de 18/11/2011, P. 12. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7611.htm. Acesso em: 09 jun. 2021. 

 

SORRENTINO et al. Educação ambiental como política pública. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 2, p. 285-299, 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ep/v31n2/a10v31n2.pdf. Acesso em: 09 jun. 2021.                                                                                                                                                        

Publicado
2021-10-14