Como pré-conceitos, estigmas e bullying podem afetar no ensino e na aprendizagem de Matemática de discentes da comunidade LGBTQIA+: um estado da arte

  • João Gabriel Souza Freitas UFMS
  • Fernanda Malinosky Coelho da Rosa UFMS

Resumo

A pesquisa qualitativa, em fase inicial, tem como objetivo compreender como os processos de inclusão/exclusão afetam no ensino e na aprendizagem da Matemática de pessoas que se identificam pertencentes à comunidade LGBTQIA+[1]. Dessa forma, o interesse pelo assunto surgiu no ano de 2021 em decorrência de diversos ataques à comunidade no decorrer deste ano e por observar que não há muitas pesquisas científicas em (Educação) Matemática com relação a este público. Nesse sentido, entendemos que uma escola inclusiva deve proporcionar educação de qualidade equitativamente a todos, sejam pessoas do campo, de remanescentes quilombolas, indígenas, de assentamentos, mulheres, pessoas com deficiência, dentre outros grupos considerados vulneráveis pela Unesco (2005). Com isso, realizamos uma busca por teses e dissertações sobre o tema dentro da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) utilizando os seguintes descritores: “diversidade”, “sexualidade” e “matemática”, ao mesmo tempo e entre aspas. A partir dessa pesquisa, encontramos 27 resultados. Na etapa seguinte, filtramos os estudos observando se nos resultados encontrados haviam processos de inclusão/exclusão da comunidade LGBTQIA+ no currículo de Matemática ou se este tema era discutido dentro da sala de aula e, assim, obtivemos nove resultados: oito dissertações e uma tese. Até o momento, lemos quatro dissertações e uma tese. Para fazer a análise utilizaremos o Estado da Arte que, entre outras coisas, consiste em realizar a leitura das produções, com elaboração de sínteses preliminares; organizar relatórios envolvendo as sínteses e destacando tendências do tema abordado; além de analisar e elaborar conclusões preliminares (PALANCH; FREITAS, 2015). Como análise/ considerações parciais, observamos que, a maioria das pesquisas, os autores utilizam entrevistas com docentes e com discentes para elaboração dos estudos e apontam a importância de discutir gênero e sexualidade na escola, inclusive nas aulas de Matemática. As pesquisas lidas mostram relatos de discentes que trazem à tona nas aulas problemas sociais que podem dificultar a aprendizagem deles, haja vista que diversos aspectos extracurriculares como: família, cultura, religião e até mesmo a saúde mental devem ser levados em consideração para que os docentes auxiliem na aprendizagem dos discentes e, com isso, tais fatores devem ser levados em consideração. Outrossim, o professor deve saber sobre estas abordagens para que (se necessário) possa dialogar e ajudar os alunos, tendo em vista o bem deste dentro e fora da sala de aula.

 

[1] Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travesti, Trangẽnero, Queer, Intersexuais, Assexuais e qualquer outro tipo de gênero e sexualidade que se sinta representado pela comunidade

 

Publicado
2021-10-23