O processo de ensino e de aprendizagem em Matemática de alunos com discalculia: compreensões a partir de análises de pesquisas
Resumo
A pesquisa, em fase inicial, tem como objetivo trazer compreensões acerca da escolarização e da formação de professores de matemática de alunos com discalculia e entender o processo de ensino e aprendizagem deles a partir de pesquisas de mestrado e de doutorado publicadas. A curiosidade pelo tema veio após o entendimento da primeira autora sobre o que era dislexia, que é um transtorno específico de aprendizagem em Língua Portuguesa, então houve o questionamento se existia um transtorno específico de aprendizagem em Matemática, assim iniciou um estudo sobre a discalculia com um projeto de iniciação científica, ao mesmo tempo, a descoberta que havia poucos trabalhos recentes na área, além de ser um tema tão pouco comentado durante o curso de graduação. Nesse sentido, esta pesquisa de cunho qualitativo, descritivo e analítico teve como metodologia orientadora o Estado da Arte que “tem por objetivo realizar levantamentos do que se conhece sobre um determinado assunto a partir de pesquisas realizadas em uma determinada área” (ENS; ROMANOWSKI, 2006, p.5). Ademais, como procedimento metodológico, foi realizada uma busca por pesquisas de mestrado e de doutorado no Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) utilizando o seguinte descritor “discalculia”. Restringimos, ainda, no período de 2005 a 2020. Cabe dizer que o período escolhido faz referência ao ano de publicação das “Diretrizes para inclusão: garantir o acesso à Educação para Todos” (UNESCO, 2005) que influenciou algumas leis brasileiras que versam sobre a Educação Inclusiva, visto que a pessoa com discalculia não está incluída no público-alvo da Educação Especial que tem por direito acesso ao Atendimento Educacional Especializado. Assim, visando o objetivo da pesquisa supracitado, dos 49 trabalhos encontrados, resultaram em 9 dissertações e 2 teses restringidas a Educação Matemática. É importante enfatizar que, até o momento, analisamos seis dissertações: (BERNARDI, 2006; RIBEIRO, 2013; PIMENTEL, 2015; NASCIMENTO, 2016; CARDOSO, 2019; COSTA,2020) uma de 2006 e as demais entre 2013-2020. Como considerações parciais, percebemos que todos os trabalhos utilizam Testes e/ou questionários para analisar os alunos. Esses testes possuem questões Matemáticas ou são do tipo Neuropsicológico sendo utilizados em estudo de caso ou em um pequeno grupo de alunos. Algumas pesquisas impressionam por comparar resultados de alunos com indicadores de discalculia com discentes considerados com desenvolvimento típico na capacidade intelectual, segundo os autores, o que contradiz os documentos nacionais e internacionais sobre Educação para Todos e respeito às diferenças, interferindo inclusive nos processos de resgate da autoimagem e de autoestima destes alunos, como apontado na pesquisa de Bernardi (2006), a mais antiga analisada.