INICIANDO ENTRELAÇAMENTOS DE UMA PESQUISA DE DOUTORADO

PROFESSORES, GESTORES E CULTURA DIGITAL ESCOLAR

Resumo

Por estar intrinsecamente associada a essa sociedade digital, compreendemos que a escola se situa no interior de uma cultura digital imposta. Corroboramos Engelbrecht, Llinares e Borba (2020, p. 10, tradução nossa) quando afirmam que, ‘‘até certo ponto, esse mundo em rede e as poderosas ferramentas de aprendizagem que ele oferece começaram a penetrar na sala de aula típica’’. Além disso, aqui, neste trabalho, trazemos a percepção de Kenski (2018) sobre cultura digital, visto que é uma tentativa inicial de explorar o tema que se encontra em estudo. A autora aponta que ‘‘o termo digital, integrado à cultura, define este momento particular da humanidade em que o uso de meios digitais de informação e comunicação se expandiram, a partir do século XX, e permeiam, na atualidade, processos e procedimentos amplos, em todos os setores da sociedade’’ (KENSKI, 2018, p. 139, grifo da autora). Assim, este trabalho é um entrelaçamento inicial de uma pesquisa de doutorado que tem como questão de pesquisa: Como a cultura digital escolar se mostra na perspectiva de professores, coordenadores e diretores com o avanço da pandemia? Assim, baseados na indagação de pesquisa, propomos para a investigação o objetivo geral de ‘‘Analisar como se mostra a cultura digital escolar na perspectiva de professores, coordenadores e diretores com o avanço da pandemia do coronavírus SARS-CoV2’’. Com a ideia de mostrar uma cultura digital escolar, pensamos que entrevistar os professores e os gestores escolares seria uma possibilidade viável para atender aos objetivos de i) Identificar e analisar tecnologias digitais utilizadas por professores, coordenadores e diretores na educação básica durante o período de pandemia; e ii) Identificar e analisar estratégias de ensino utilizadas e a influência da formação para o uso de tecnologias digitais desses professores para o período de ensino remoto. Pautados na perspectiva da pesquisa qualitativa, produzimos dados com três professores de matemática, três coordenadores e dois diretores de uma escola pública da cidade de Itaporã, Mato Grosso do Sul. A escola se caracteriza por estar pouco afastada do centro, recebendo alunos de várias partes da cidade, de várias faixas etárias. Além disso, ainda possui como modalidade de ensino a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e recebe alunos provenientes das aldeias que rodeiam o município. Os dados produzidos foram entrevistas semiestruturadas, variando de acordo com a vontade de cada um em ser gravada, escrita ou em áudio. Além disso, ainda buscamos outra fonte de dados, as orientações, normativas, regulamentações e documentos publicados pela Secretaria de Educação no Diário Oficial do estado. Estamos em um momento bastante provocador, em que a principal tarefa é a transcrição de dados das entrevistas que, ao todo, deram por volta de seis horas de áudio. Além disso, temos ainda a leitura de diversos documentos e informações advindas da produção de dados das normas, publicações, orientações advindas de setores de gestão da educação pública, em especial as de Mato Grosso do Sul. Numa pré-análise indicamos o indício de uma cultura que traz o digital para a escola (ou seria a escola sendo levada para o digital?). O que não podemos deixar de apontar é a questão tecnológica envolvida no processo educacional em período de pandemia. Se não fosse pela tecnologia digital, uma catástrofe pedagógica maior ainda poderia acontecer, pauta que será debatida nos próximos movimentos analíticos desta tese. 

Publicado
2023-10-30
Seção
Resumo Expandido – Pôster - XVII SESEMAT - 2023