RELATO DE EXPERIÊNCIA: EXPLORANDO UMA SEÇÃO DIDÁTICA DO ALGORITMO MULTIPLICATIVO

Resumo

Este resumo elenca uma discussão sobre o ensino do algoritmo da multiplicação dos números naturais, a partir de um trabalho apresentado na disciplina de Didática da Matemática, ministrada pela terceira autora. Ele foi embasado em uma pesquisa de Barros (2010) que mobilizou a Teoria dos Campos Conceituais (TCC) proposta por Vergnaud. A TCC defende uma participação ativa dos alunos no processo de aprendizagem, por meio da apresentação de situações próximas às vivenciadas pelos discentes e oportunizando que eles elaborem e discutam as possíveis soluções e as estratégias utilizadas. Dessa forma, os estudantes podem compreender as propriedades das operações com as ferramentas que cada um já possui. Vergnaud acredita que o campo conceitual aditivo (ideias relacionadas à adição e subtração), e o campo conceitual multiplicativo (ideias relacionadas à multiplicação e divisão) são interligados e se relacionam o tempo todo. Para Viana (2020), o campo multiplicativo precisa ser discutido de modo a fazer pensar que tipo de compreensão os alunos que saem dos anos iniciais têm acerca da multiplicação. Viana aponta ainda, que quando o processo de ensino e aprendizagem da multiplicação é transportado para o cotidiano do estudante faz com que ele seja protagonista desse movimento e que, participe envolvendo-se nas propostas e adquirindo o hábito de propor e resolver problemas, isto fará com que as aprendizagens sejam mais significativas. Além de olhar para o trabalho de Viana, tomamos como aportes de orientação o livro didático de Ribeiro e Pessôa (2017) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e trabalhamos a habilidade da operação de multiplicação com números naturais. Propomos como tarefa principal a seguinte questão: João tem uma plantação de limoeiros no seu sítio. Ontem, ele colheu limões e os organizou em 12 pacotes. Se em cada pacote João colocou 11 limões, quantas frutas ele colheu no total?. Para trabalhar com essa tarefa, elaboramos também um guia de inferências, pois caso algum estudante tivesse alguma dificuldade em algum conceito teríamos condições e meios para lidar com as possíveis dúvidas. Nele, propomos  os seguintes materiais de apoio: utilizar o Quadro Valor de Lugar (QVL) para o ensino dos conceitos e operações; trabalhar com material dourado, como apoio, para compreender a composição e/ou decomposição de um número; disponibilizar papel quadriculado aos estudantes, para representar o multiplicador e o multiplicando; e apresentar a possibilidade da realização da multiplicação com o ábaco. Os estudantes poderiam operar inicialmente pela organização dos limões em grupos, desenhar e depois somar, operar pelo algoritmo usual da multiplicação, entre outras possibilidades de resoluções que depois seriam verificadas junto com a sala. Nos preocupamos também em usar uma linguagem mais adequada à realidade do estudante, e para isto, a ideia de agrupamento foi uma opção que sobrepôs. Salientamos que o processo da aprendizagem do algoritmo da multiplicação para estudantes dos anos iniciais é minucioso e gradativo. A escola é um lugar de trocas de saberes entre estudantes e destes com quem se propõe a ensinar, por isso, devemos respeitar a elaboração de possibilidades e fazer testes de validações junto com os estudantes. Ainda nesse sentido, é válido destacar, que quando tratamos da realidade cotidiana do estudante estamos colocando no cenário a presença ativa e participativa destes.

Publicado
2023-10-21
Seção
Resumo Expandido – Pôster - XVII SESEMAT - 2023