OFICINA DE GEOPROCESSAMENTO NO CURSO DE LICENCIATURA INTERCULTURAL INDÍGENA – TEKO ARANDU:

UM RELATO DE ATIVIDADE DE EXTENSÃO

Resumo

Este relato descreve a Oficina de Geoprocessamento, uma atividade de extensão interdisciplinar e intercultural realizada em parceria entre o Curso de Licenciatura Intercultural Indígena – Teko Arandu, nas habilitações de Ciências Humanas e Matemática, e o IBGE, com participação aberta a outros interessados. A oficina, realizada por três dias consecutivos no laboratório de informática da UFGD, contou com a presença de indígenas das etnias guarani e kaiowá, falantes de língua materna, em sua maioria oriundos do Território Etnoeducacional Cone Sul. O objetivo foi introduzir os participantes aos dados estatísticos e geoespaciais, com foco nos povos indígenas, disponibilizados pelo Censo Demográfico 2022 e pelo site da FUNAI.. Além de aprender a acessar e utilizar esses dados, os participantes foram introduzidos ao uso de softwares não proprietários de Sistemas de Informação Geográfica (SIGs), como Google Earth e QGIS. No primeiro dia, o Programa de Pós-Graduação em Educação e Territorialidades - PPGET da UFGD promoveu um colóquio com o instrutor do IBGE, Fernando Damasco, que apresentou sua tese de doutorado sobre as trajetórias territoriais dos povos do Alto Rio Negro. Esse encontro permitiu aos participantes refletir sobre a realidade local e a situação dos 1.694.836 indígenas, segundo o IBGE, em 2022, discutindo como os dados de suas realidades foram transpostos para uma cultura estatística. Após a introdução aos dados e ao mapeamento, os participantes construíram mapas individualizados de seus tekoras ou terras em processo de retomada, refletindo sobre áreas florestadas, acessos, distâncias, cálculos de áreas e fronteiras territoriais. Esse processo permitiu que os participantes identificassem pontos estratégicos, como fontes de água, casas, roças, escolas, e criassem mapas personalizados que refletem suas realidades e lutas cotidianas. Como resultado apontado na avaliação realizada pelos participantes a oficina foi importante para que os participantes ter uma visão panorâmica dos dados que versam sobre dados da realidade indígenas, também tiveram a oportunidade de dimensionar seus territórios.

Biografia do Autor

Maysa Ferreira da Silva, Universidade Federal da Grande Dourados

Possui graduação em licenciatura plena em matemática pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (1997), mestrado em Educação Matemática pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2010). Doutorado em Educação na linha Educação: Diversidade, Diferença e Desigualdade Social pela Universidade Federal do Paraná (2020). Tem experiência na área de formação de servidores públicos, como técnica da secretaria estadual de educação do MS e docente na disciplina de matemática no ensino na ensino fundamental, médio, superior e em cursos de cunho de ações afirmativas em curso preparatório para a graduação e a pós-graduação, sempre considerando os contextos da EDUCAÇÃO MATEMÁTICA nos estudo das relações étnico raciais, indígenas, etnomatemática, educação e pobreza, desigualdade social. Concursada como docente em Matemática da rede estadual de ensino do Mato Grosso do Sul, atuando na Faculdade Intercultural Indígena na Universidade da Grande Dourados. Represente da Faculdade Intercultural Indígena (FAIND/UFGD) no Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB/UFGD)

Referências

FUNAI - Fundação Nacional dos Povos Indígenas. Dados sobre Terras Indígenas. Disponível em: https://www.gov.br/funai. Acesso em: 06 jun. 2024.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2022: Resultados. 2022. Disponível em: https://censo2022.ibge.gov.br/panorama/; https://censo2022.ibge.gov.br/apps/pgi/#/home; https://www.ibge.gov.br/geociencias/todos-os-produtos-geociencias.html. Acesso em: 06 jun. 2024.

Publicado
2024-12-12
Seção
Resumo Expandido – Pôster - XVIII SESEMAT - 2024