O LABORATÓRIO DE ENSINO DE MATEMÁTICA:

OS MOVIMENTOS HISTÓRICOS NA FORMAÇÃO INICIAL E CONTÍNUA DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA

Resumo

Este resumo é um breve relato da pesquisa que está sendo desenvolvida no curso de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática (PPGEduMat) da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Em nossa pesquisa pretendemos analisar os movimentos históricos acerca da criação e instalação dos Laboratórios de Ensino de Matemática (LEM) em instituições de Ensino Superior, com curso de formação de professores de Matemática, investigando as relações e as potencialidades desses laboratórios na formação desses professores. A organização de um LEM pode ter em sua composição diversos recursos como: materiais manipuláveis; tecnológicos; recursos audiovisuais; livros; e materiais didáticos, podemos defini-lo como um espaço físico para relacionar a prática com a teoria. Segundo Silva e Souza (2018), os LEMs podem ser entendidos como um espaço para o desenvolvimento de atividades formativas-educativas que possibilitam a discussão dos mais variados aspectos relacionados à aprendizagem da docência em Matemática e ao Ensino da Matemática na escola. De acordo com Silva e Silva (2004), o LEM é entendido como um espaço de construção de conhecimento, individual e/ou coletivo, possibilitando a alunos e professores a expansão de sua criatividade com o enriquecimento das atividades de Ensino-Aprendizagem, tornando o processo mais dinâmico, prazeroso e eficaz. Já Lorenzato (2010), destaca o LEM como uma alternativa metodológica, pois o Ensino de Matemática se apresenta com necessidades especiais e o LEM pode ser considerado um importante espaço de aprendizagem, em todos os níveis de ensino. Dito isso, produzir uma pesquisa histórica possibilita a teorização sobre os fenômenos organizacionais contemporâneos, justamente por permitir um melhor entendimento sobre problemas, temas priorizados e aspectos gerais relacionados à prática organizacional (Silva et. al., 2019). Entretanto Valente (2007), considera que os fatos históricos são constituídos de traços, de rastros deixados no presente pelo passado, sendo papel do historiador efetuar um trabalho sobre esses traços para construir os fatos. Mendes (2019), também, destaca a importância de compreender como surgem os ramos de conhecimento pelas pesquisas, ou seja, as bifurcações dos formatos de produção de conhecimento, fazendo surgir novos formatos. Nesse sentido, nossa pesquisa pretende estudar o surgimento dos LEMs em Instituições de Ensino Superior no Brasil, para investigar as contribuições na formação de professores de Matemática. Nosso intuito é delimitar a pesquisa em 21 laboratórios cadastrados na página da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM), espalhados pelas cinco regiões do país, em busca de entender quais os movimentos históricos por trás da criação de cada um deles e suas contribuições na formação de professores de Matemática. Nossa pesquisa terá um cunho exploratório e para a produção de dados vamos recorrer a três procedimentos que percorrerão e se entrelaçaram no decorrer da pesquisa, sendo eles: a Revisão Sistemática da Literatura, que segundo Sampaio e Mancini (2006) pode ser entendida como útil para integrar as informações de um conjunto de estudos realizados. Entrevista (Aguiar; Ozella, 2006) como instrumento rico, pois permitem acessos aos processos psíquicos que nos interessam. Sendo assim, as Entrevistas Semiestruturada são compostas por perguntas abertas e fechadas, permitindo a elaboração de um roteiro pré-definido, porém com a flexibilidade para explorar tópicos que possam surgir durante a conversa; e Observação Participante sendo um processo onde o pesquisador se insere no contexto social em estudo, participando ativamente das atividades e interações dos indivíduos.

 

Biografia do Autor

Antonio Junior Evangelista, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Doutorando em Educação Matemática pela Fundação Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMS, ingresso em 2024. Mestre em Matemática (PROFMAT) - Universidade Federal de Rondônia - UNIR, Especialista em Matemática - UNIR, Aperfeiçoamento em Ensino Técnico - SEDUC/RO, Graduado em Matemática - UNIR. Atuação na docência desde 2005 com experiências no Ensino Fundamental, Médio e Superior, como Professor de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal do Amazonas - Campus Manaus Centro (2015-2019) com as disciplinas de matemática, Fundamentos de Cálculo, Matemática Aplicada à Biologia, Matrizes e Vetores, Cálculo 1 e Álgebra linear e Coordenador de Curso de Licenciatura em Matemática Docente no Instituto Federal do Paraná Campus Ivaiporã (2019 - 2021), Coordenador de Curso de Bacharelado em Sistemas de Informação, lecionando nos cursos médios integrados, Licenciatura em Física, Bacharelado em Sistemas de Informação e Engenharia Agronômica.Atualmente docente e Coordenador do Laboratório de Ensino de Matemática e Estatistica no Instituto Federal do Amazonas - Campus Manaus Centro (IFAM-CMC), ministrando aulas nos cursos Médio Técnico Integrado na disciplina de Matemática, cursos de Graduação com as disciplinas de Álgebra, Matemática Aplicada, Matemática Elementar, Geometria Plana e Espacial entre outras.

Thiago Pedro Pinto, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS onde atua no Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática do INMA (com orientações de mestrado e doutorado) e no Mestrado Profissional em Filosofia (PROFILO); É Editor-chefe da Revista Perspectivas da Educação Matemática (UFMS) desde 2020. Vice-líder do Grupo História da Educação Matemática em Pesquisa (HEMEP) desde 2011. Tem interesses em pesquisas vinculadas à História da Educação Matemática, à Formação de Professores de Matemática e à Filosofia (da/na Educação Matemática). Tem orientado trabalhos que versam sobre a formação de professores indígenas numa perspectiva histórica e sobre a participação das geometrias na formação de professores. Toma como base teórica os estudos de Ludwig Wittgenstein em sua segunda fase e autores contemporâneos de filosofia e antropologia. Quanto sua formação, é Graduado em Licenciatura em Matemática pela Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Jacarezinho - PR (2005) atual UENP. Mestre em Educação Matemática pela UNESP - Rio Claro (2009). Doutor em Educação para a Ciência UNESP - Bauru (2013). Desde 2006 está vinculado ao GHOEM, Grupo de História Oral e Educação Matemática.

Referências

AGUIAR, Wanda Maria Junqueira; OZELLA, Sergio. Núcleos de significação como instrumento para a apreensão da constituição dos sentidos. Psicologia: ciência e profissão, v. 26, p. 222-245, 2006. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932006000200006&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 14 de jun. 2024.

SOUZA, Roberto Barcelos; DA SILVA, Maria Marta. FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA: O CLUBE DE MATEMÁTICA COMO ESPAÇO DE APRENDIZAGEM DA DOCÊNCIA. Revista Temporis [ação](ISSN 2317-5516), v. 18, n. 2, p. 49-70, 2018.Disponível em://www.revista.ueg.br/index.php/temporisacao/article/view/8027.. Acesso em: 13 jun. 2024.

LORENZATO, Sergio. Laboratório de ensino de matemática e materiais didáticos manipuláveis. O Laboratório de ensino de matemática na formação de professores. Campinas: Autores Associados, p. 03-37, 2006.

MENDES, Iran Abreu. HISTÓRIA PARA A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: apontamentos sobre as pesquisas brasileiras. Rev. Exitus, Santarém , v. 9, n. 2, p. 26-50, abr. 2019 . Disponível em <http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2237-94602019000200026&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 13 ago. 2024. Epub 19-Jul-2019.

https://doi.org/10.24065/2237-9460.2019v9n2id853.

SAMPAIO, Rosana Ferreira; MANCINI, Marisa Cotta. Estudos de revisão sistemática: um guia para síntese criteriosa da evidência científica. Brazilian Journal of Physical Therapy, v. 11, p. 83-89, 2007.

SBEM. Sociedade Brasileira de Educação Matemática. Laboratório. Disponível em: https://www.sbembrasil.org.br/sbembrasil/index.php/97-laboratorios/119-laboratorios. Acesso em: 22/07/2024.

SILVA, Raquel Correia da; SILVA, José Roberto da. O papel do laboratório no ensino de matemática. Encontro Nacional de Educação Matemática, v. 8, p. 1-12, 2004. Disponível em: <http://www.sbem.com.br/files/viii/pdf/07/RE75541815487.pdf>. Acesso em: 12 de agosto de 2024.

SILVA, Sheldon William et al. Pesquisa histórica e documental como práxis nos estudos organizacionais. Espacio Abierto, v. 28, n. 4, p. 202-212, 2019.

VALENTE, Wagner. História da Educação Matemática: interrogações metodológicas. REVEMAT – Revista Eletrônica de Educação Matemática, v. 2, n. 2, p. 28-42, 2007. Disponível em: . Acesso em: 13 de agosto de 2024.

Publicado
2024-12-11
Seção
Resumo Expandido – Pôster - XVIII SESEMAT - 2024