RELACIONALIDADES E ACOLHIMENTO DE ESTUDANTES IMIGRANTES EM AMBIENTES ESCOLARES

Resumo

Este trabalho propõe uma reflexão sobre os padrões de relacionalidade que emergem nas escolas quando estudantes imigrantes internacionais se integram ao ambiente escolar. Nosso objetivo central, por meio de uma abordagem pós-qualitativa, é investigar as dinâmicas, afetações e interações entre seres humanos e não humanos em mobilidade, tendo como referência os contextos educacionais. Para isso, utilizamos a perspectiva difrativa de Karen Barad. Durante nossa pesquisa, observamos a relevância das intra-ações entre migrantes e não migrantes no processo de acolhimento dos estudantes e suas famílias na comunidade escolar. As análises difrativas, baseadas em leituras realizadas durante encontros e entrevistas, revelam possíveis relacionalidades por meio dos agenciamentos entre migrantes, não migrantes, a comunidade escolar e as famílias. Os relatos apresentados pelos participantes da pesquisa nos convidam a repensar os padrões tradicionais de relacionalidade e afetação que ocorrem nas escolas. As difrações mostram possibilidades de criar ambientes mais acolhedores, menos preconceituosos e xenofóbicos, onde a diferença seja valorizada e respeitada. Nesse contexto, a Educação Matemática desempenha um papel importante ao abrir espaço para reflexões que transcendem fronteiras e promovem a inclusão.

Referências

BARAD, Karen. Encontrando o universo no meio do caminho: física quântica e o emaranhado da matéria e significado. Durham, NC, Londres: Duke University Press, 2007.

BARAD, Karen. Emaranhados Quânticos e Relações Assombradas de Herança: Des/continuidades, Envolvimentos Espaço-Tempo e Justiça por Vir. Derrida Today, 3/2 2010. p. 254.

BRAIDOTTI, Rosi. O pós-humano. Malden, MA: Polity Press, 2013, p. 2.

GILDERSLEEVE, Ryan. Making and becoming in the undocumented student policy regime: a post-qualitative [discourse] analysis of US immigration and higher education policy. Education Policy Analysis Archives, v. 25, n.31, p. 1-15, 2017.

HARAWAY, Donna. Modest_Witness. p.273.

LATHER, P. Metodologia-21: O que fazemos depois? Jornal Internacional de Estudos Qualitativos em Educação, pp. 634-645, 2013.

LATHER, P. To give good science: doing qualitative research in the afterward. Education Policy Analysis Archives, v.22, n. 10, 2014.

LE GRANDE, L. A noção de Ubuntu e a condição (pós)humanista. Em Filosofias indígenas de educação ao redor do mundo, eds. J. Petrovic e R. Mitchell. Nova York: Routledge, 2018b.

MURRIS, Karin . A glossary for doing post qualitative, new materialist and critical posthumanist research across disciplines. Londres e Nova Iorque: Routledge, 2021.

MURRIS, Karin. Karen Barad as Educator: Agential Realism and Education. Singapore: Springer Nature Singapore Ptd Ltd, 2022

ST. PIERRE, Elizabeth. Pesquisa pós-qualitativa: a crítica e o depois. Em NK Denzin e YS Lincoln (Eds.), O manual SAGE de pesquisa qualitativa (pp.611-625). Thousand Oaks: SÁBIO, 2011.

ST. PIERRE, Elizabeth. The appearance of Data. In: Cultural Studies: critical methodologies. 2013. p.223-227.

THIELE, Kathrin. Ethos of Diffraction: New Paradigms for a (Post) humanista Ethics. Paralaxe, 20(3), 202-216, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1080/13534645.2014.927627. Acesso em: 25, jul. 2024.

Publicado
2024-12-19
Seção
Trabalho Completo – Comunicação Oral - XVIII SESEMAT - 2024