ENTRE TEORIA E PRÁTICA:
ELABORANDO E EXPERIMENTANDO SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS COM USO DE RECURSOS NA LICENCIATURA EM MATEMÁTICA
Resumo
Neste trabalho apresentaremos um relato de experiência evidenciando uma atividade desenvolvida no decorrer do estágio docência, por graduandos da disciplina de Estágio III do curso de Licenciatura em Matemática, com a supervisão da professora orientadora. A proposta consistiu na elaboração de uma sequência didática com uso de recursos didáticos, a ser experimentada entre os próprios colegas da disciplina. A atividade teve como base o estudo epistemológico de sequências didáticas, previamente discutido com os estudantes. Segundo Zabala, a Sequência Didática é “Um conjunto de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacionais, que têm um princípio e um fim conhecidos tanto pelo professor como pelos alunos” (ZABALA, 1998, p. 18). Assim, dividimos os estudantes em grupos de 4 a 5 e demos início ao percurso, disponibilizamos livros didáticos do 1º e 2º ano do ensino médio, pois são as turmas com as quais eles terão contato durante a realização do Estágio III, e permitimos que eles escolhessem um objeto matemático para a construção da sequência didática. Os objetos escolhidos foram: análise combinatória; probabilidade; função do 2º grau; exatidão das medidas e dedução de áreas de trapézio, paralelogramo e losango a partir de fórmula de outras figuras. Na aula seguinte, de acordo com as orientações, os estudantes apresentaram suas ideias sobre suas construções. Surpreendentemente, os estudantes fizeram o uso de recursos didáticos em suas sequências, antes mesmo de qualquer orientação nesse sentido. Assim, iniciamos a discussão sobre potencialidades e limitações do uso do recurso didático, enfatizando a importância do cuidado ao se escolhê-lo e manuseá-lo em suas aulas, Lorenzato (2012, p.25) corrobora com essa discussão dizendo que a “eficiência do MD depende mais do professor do que do próprio MD, e ainda mostra a importância que a utilização correta do MD tem no desenvolvimento cognitivo e afetivo do aluno”. Feito isso, sugerimos os seguintes recursos: Jogo da senha; Dado; Geogebra; Trena e o Geoplano. No decorrer dessa atividade, orientamos os estudantes na correção da escrita do relatório de suas sequências didáticas, que deveria ser entregue à professora regente do estágio. Além disso, sugerimos alguns pontos que ao nosso olhar serviriam para alinhar suas ideias com a execução das propostas. A experiência foi finalizada com a experimentação das propostas entre os próprios grupos. Cada grupo ficou responsável por vivenciar com os colegas a sequência que elaborou, o que permitiu o aprimoramento das estratégias e uma compreensão mais clara do desenvolvimento da sequência didática atrelada ao objetivo de aprendizagem firmado nos primeiros encontros. As discussões geradas nesse momento foram muito importantes, pois evidenciaram tanto os acertos quanto os pontos a melhorar na sequência didática. A atividade mostrou-se potente para os estudantes ao permitir que assumissem o protagonismo no planejamento, na execução e na análise crítica de suas propostas. Para nós, também estagiárias, a potência dessa experiência esteve justamente em observar a transformação do olhar dos estudantes sobre o ensino, reconhecendo o papel ativo do professor na mediação do conhecimento e na escolha e manuseio consciente dos recursos utilizados em sala de aula.