UMA PERSPECTIVA DA NEURODIVERSIDADE E DAS POLÍTICAS PÚBLICAS RELACIONADAS ÀS PESSOAS COM DISCALCULIA

  • Lara Fernanda Leonel Ramires UFMS
  • Fernanda Malinosky Coelho da Rosa

Resumo

Neste artigo apresentamos uma narrativa construída a partir dos relatos de três alunos com Discalculia do Desenvolvimento, três mães e uma professora vinculados ao Grupo de Atendimento Psicopedagógico – GAPSI oferecido pela Secretária Municipal de Educação (SEMED) de Campo Grande no Mato Grosso do Sul (MS), com o intuito de evidenciar, por meio de suas vozes, as marcas da exclusão e da estigmatização, bem como os caminhos de resistência e ressignificação que emergem dessas vivências, ancorando-se no paradigma da Neurodiversidade e nas políticas públicas recentes. A pesquisa, de abordagem qualitativa, utilizou entrevistas semiestruturadas, analisadas por meio da Análise Temática conforme Braun e Clarck (2020). As vozes dos participantes revelam que a Discalculia é ainda amplamente desconhecida por professores que ensinam matemática, sendo frequentemente confundida com preguiça ou desinteresse, o que pode gerar impactos emocionais profundos e reforça práticas escolares excludentes. A atuação do GAPSI, articulada à Lei Federal 14.254/2021, emerge como estratégia relevante para a promoção de ambientes educacionais com mais equidade. Ao deslocar a compreensão da Discalculia de um déficit individual limitador para outra forma de aprendizagem que também possui potencialidades, propõe-se uma crítica à lógica escolar normatizadora e defende-se a construção de práticas pedagógicas inclusivas.

Publicado
2025-09-08
Seção
Trabalho Completo – Comunicação Oral - XIX SESEMAT - 2025