OS EFEITOS DO DISCURSO DO PROFESSOR QUE ENSINA MATEMÁTICA EM LÍNGUA SEGUNDA NA PRODUÇÃO DE GATILHOS DE PROBLEMAS OCASIONAIS EM ATIVIDADES DE INTERPRETAÇÃO SIMULTÂNEA

Resumo

Interessamo-nos pelo discurso de professores (texto de partida) que ensinam matemática em língua segunda em ambientes nos quais estão presentes intérpretes educacionais. Conforme a complexidade do texto de partida, há um aumento das exigências procedimentais e operacionais por parte do intérprete, o que pode acarretar erros, isto é, produções interpretativas não equivalentes, omissões e infelicidades no texto de chegada. Nosso objetivo é identificar os efeitos do texto de partida que podem produzir gatilhos de problemas no texto de chegada (língua de sinais). Com base em Assude et al. (2014), Millon-Fauré (2021), Gile (2009, 2011, 2018, 2021) e Machado e Oliveira (2024), a pesquisa acompanhou uma aula ministrada por um professor de matemática (não-surdo), mediada por um intérprete educacional. Após nossa análise, identificamos gatilhos de problemas ligados ao texto de partida de diversas ordens: lexical, sintática, sintagmática, sentencial e semântica, os quais produziram efeitos de erros e omissões durante a aula. Também foi possível modelizar dois gatilhos de problemas relacionados à especificidade da linguagem matemática: a) a espacialidade do objeto matemático em relação ao posicionamento temporal (entre o professor e o intérprete), e b) a operacionalização didática do objeto matemático (planejamento e execução da aula de matemática). Assim, para que haja ostensivos partilhados (linguagens), ressaltamos que o discurso do professor deve considerar três elementos ligados aos mesogêneses, a saber: a espacialidade, a temporalidade e o uso do recurso (no caso, o intérprete educacional).

Publicado
2025-09-03
Seção
Resumo Expandido – Pôster - XIX SESEMAT - 2025