ENSINO E APRENDIZAGEM DE PROBLEMAS NÃO CONVENCIONAIS NO 5° ANO:

RELATO SOBRE UMA EXPERIÊNCIA DE APRENDER A COMPREENDER PROBLEMAS

Resumo

O presente texto tem como objetivo relatar a experiência de um trabalho envolvendo resolução de problemas não-convencionais, realizado com duas turmas de 5° ano de uma escola da Rede Municipal de Ensino (REME) de Campo Grande, da qual sou professora regente. O intuito é realizar esse trabalho durante todo o ano letivo de 2025, levando os alunos a compreenderem que existem situações-problemas que pedem resolução diferenciada dos problemas convencionais, aos quais estão mais acostumados. De acordo com Bonilha e Vidigal (2016), a resolução de problemas abrange diferentes papéis ao longo do tempo e isso depende de fatores diversos, até mesmo do significado dado a que seja “ensinar” e “aprender”. Conforme a BNCC (Brasil, 2018), a resolução não deve ser a única prática a ser realizada com um problema, mas também refletir e questionar, supondo o que poderia ocorrer nas situações com as quais os alunos se depararão e, para essa finalidade, os problemas não convencionais se mostram mais adequados, pois são oportunidades para reflexões e questionamentos. No primeiro bimestre demos início conversando a respeito dos tipos de problemas não convencionais existentes, com ênfase nos problemas sem solução, com mais de uma resolução, com excesso de dados, de lógica, de estratégia, entre outros que temos a intenção de trabalhar até o final do ano letivo. Após a primeira conversa, em dois momentos os alunos realizaram, em grupos, a leitura de problemas convencionais e não convencionais, para classificarem por tipo e tentarem resolver. Depois, foi realizado um debate, momento em que os alunos comentaram sobre suas estratégias e tiraram dúvidas, sendo feita a correção coletiva. Apesar de a professora regente ser a mesma nas duas turmas, os alunos do matutino mostraram maior compreensão das atividades e maior participação, no momento em grupo, para classificação e identificação, assim como no momento do debate. Foi possível identificar na turma do vespertino uma dificuldade maior na leitura com compreensão. Para Smole e Diniz (2001, p. 72), “[...] a dificuldade que os alunos encontram em ler e compreender textos de problemas está, entre outros fatores, ligada à ausência de um trabalho específico com o texto do problema”, ao que complementamos: trabalho específico que deve acontecer desde o início da vida escolar. Espera-se que até o final do ano letivo as dificuldades latentes no que se refere à compreensão de problemas não convencionais sejam reduzidas ao máximo, levando-se em conta muitas variáveis, entre elas o fato de que são alunos que, em grande parte, viveram uma situação atípica nos anos de 2020 e 2021, quando fizeram o Grupo 5 (Educação Infantil) e o 1° ano do Ensino Fundamental em meio a uma pandemia, em ensino remoto.

Publicado
2025-08-31
Seção
Resumo Expandido – Pôster - XIX SESEMAT - 2025