O DIÁLOGO E A AÇÃO DE PERGUNTAR NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

  • Raquel Milani UNESP/Rio Claro
Palavras-chave: Diálogo, Perguntar, Estágio Supervisionado, Educação Matemática

Resumo

No presente texto faço uma revisão do conceito de diálogo proposto por Alrø e Skovsmose (2004) e descrito como forma especial de comunicação para promover a aprendizagem. Caracteriza-se teoricamente pelas ações de realizar uma investigação, correr riscos e promover a igualdade, e empiricamente por oito atos dialógicos: estabelecer contato, perceber, reconhecer, posicionar-se, pensar alto, reformular, desafiar e avaliar. A ação de perguntar é contextualizada com base em pesquisas sobre os tipos e as finalidades das perguntas dos professores. Após relacionar as perguntas presentes no diálogo com os oito atos dialógicos do Modelo de Cooperação Investigativa, destaco a ação de perguntar como um ato geral de caráter disparador e integrador dos demais atos dialógicos, e convidativo à participação no diálogo. Com base na discussão teórica a respeito do conceito de diálogo e da ação de perguntar, e na possível relação entre ambos os conceitos, apresento a pesquisa de doutorado que venho realizando. O objetivo geral da investigação é elucidar os processos de planejamento e de efetivação do diálogo dos estagiários e seus alunos nas aulas de matemática. A pesquisa fornecerá indícios para retroalimentar a formação dos professores com vistas a desenvolver práticas sistemáticas ao longo da formação que proporcionem aos futuros professores espaços para refletir e vivenciar os processos relacionados ao diálogo como forma de gerar aprendizagem e, em especial, criar oportunidades para desenvolver a habilidade de perguntar. 

Referências

ALRØ, H.; SKOVSMOSE, O. Dialogue and learning in mathematics education - intention, reflection, critique. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, 2004.

ALRØ, H.; SKOVSMOSE, O. Diálogo e aprendizagem em Educação Matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

BALL, D. L.; FORZANI, F. M. The work of teaching and the challenge for teacher education. Journal of Teacher Education, v. 60, n. 5, p. 497-512, 2009.

MENEZES, L. A importância da pergunta do professor na aula de matemática. In J. PONTE, C. MONTEIRO, M. MAIA, L. SERRAZINA & C. LOUREIRO (Org.). Desenvolvimento profissional dos professores de matemática: que formação? Lisboa: Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação - Secção de Educação Matemática, 1996. p. 105 - 116.

MOYER, P.; MILEWICZ, E. Learning to question: categories of questioning used by preservice teachers during diagnostic mathematics interviews. Journal of Mathematics Teacher Education, v. 5, n. 4, p. 293-315, 2002.

SAHIN, A.; KULM, G. Sixth grade mathematics teachers’ intentions and use of probing, guiding, and factual questions. Journal of Mathematics Teacher Education, v. 11, n. 3, p. 221-241, 2008.

SKOVSMOSE, O. Landscapes of investigation. ZDM The International Journal on Mathematics Education, v. 33, n. 4, p. 123-132, 2001.

WALLACH, T.; EVEN, R. Hearing students: The complexity of understanding what they are saying, showing, and doing. Journal of Mathematics Teacher Education, v. 8, n. 5, p. 393-417, 2005.

Seção
Trabalhos de Comunicação Oral - XV SESEMAT - 2021