MOVIMENTOS DO GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, DIVERSIDADE E DIFERENÇA (GEduMaD)

  • Thiago Donda Rodrigues Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS - Campus de Paranaíba Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática - UFMS Programa de Pós-Graduação em Educação - UEMS/Paranaiba
  • Fernanda Malinosky Coelho da Rosa Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática - UFMS

Resumo

O Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Matemática, Diversidade e Diferença (GEduMaD) foi criado em 2016 e, à época, recebeu o nome de Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Matemática (GEduMat) e era somente vinculado à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), campus de Paranaíba. Em 2019, com a mudança de nome, ele também passa a ser vinculado à UFMS, campus de Campo Grande.

Atualmente, os participantes do grupo estão vinculados ao Programa de Pós-graduação em Educação Matemática do Instituto de Matemática (INMA/UFMS), ao Programa de Iniciação Científica na linha de Formação de Professores e ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS, unidade de Paranaíba.

Assim, a intenção do GEduMaD é congregar e fomentar estudos e pesquisas que abordem a Educação Matemática e questões sociais, culturais, econômicas, políticas e/ou filosóficas. Nesse sentido, visamos discutir a diversidade, diferença e as relações de inclusão e exclusão de grupos subalternizados, a saber: pessoas do campo, com deficiência e transtornos globais do desenvolvimento, estrangeiros que atravessam a fronteira para buscar escolarização no Brasil, grupos étnicos, dentre outros.

Dizendo de outro modo, os estudos do GeduMaD discutem a Educação Matemática em diferentes espaços escolares e a inclusão/exclusão dos grupos supracitados nesses ambientes, além das questões de normalização e discriminação.

Cabe ressaltar que a escola, como parte da sociedade, também é entremeada por discursos e ações normalizantes e discriminatórios, e também cabe a ela, assim como todos os setores da sociedade, combater toda forma de fascismo. No entanto, muitas vezes a escola é responsável pela difusão destes discursos e ações fascistas, pois é um aparelho de Estado em defesa da sociedade, ou seja, a escola é uma das instituições que tem o objetivo de formar as pessoas para que a sociedade se mantenha em um certo modelo e para isso cria e/ou reproduz padrões de normalidade. (FOUCAULT, 2010)

Assim, para manter o status quo da sociedade, Foucault (2005) explica que, como outras instituições disciplinares, a escola insere o corpo humano em uma maquinaria que o esquadrinha, o desarticula, o recompõe e que tem o objetivo, a partir da punição, de produzir corpos dóceis que podem ser submetidos, utilizados, transformados e aperfeiçoados. Esta característica da escola compara, diferencia, hierarquiza, homogeneíza e exclui quem não se enquadra em seu padrão.

Nesse sentido, a Matemática Escolar, neste aspecto, tanto pode ser usada para difundir ideias que corroboram com os padrões, tais como, “a Matemática é um conhecimento para poucos”, “o homem tem mais aptidão em Matemática que a mulher”, “conhecimento ocidental acadêmico é superior aos outros”, quanto atua como um poderoso filtro social promovendo um alto índice de reprovação, evasão motivada pelo fracasso nesta disciplina e determinação de quem poderá alcançar as profissões mais bem remuneradas. Esta última pode ser compreendida por algumas facetas, a Matemática tanto afugenta os “inábeis” de profissões em que é a base científica quanto serve de mecanismo de seleção em vestibulares e concursos.

No entanto, para mudarmos esse quadro é necessário criarmos focos de resistência, ou seja, formas de lutar, mesmo que pequenas ou pontuais, contra a padronização, a normalização e a exclusão. Acreditamos que os estudos e pesquisas desenvolvidas no âmbito do grupo podem se configurar como essas formas de resistência e nos possibilitar pensar uma Educação Matemática outra, ou mesmo uma Educação outra.

Biografia do Autor

Thiago Donda Rodrigues, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS - Campus de Paranaíba Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática - UFMS Programa de Pós-Graduação em Educação - UEMS/Paranaiba
Mestre e Doutor em Educação Matemática pela Universidade Estadual Paulista - UNESP de Rio Claro/SP
Fernanda Malinosky Coelho da Rosa, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática - UFMS
Mestre e Doutora em Educação Matemática pela Universidade Estadual Paulista - UNESP de Rio Claro/SP

Referências

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Trad. Raquel Ramalhete. 30 ed. Petrópolis: Vozes, 2005.

FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade. Trad. Maria Ermantina de Almeida Prado Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

Publicado
2019-09-15