O boi etnocêntrico

percepções e obsessões na introdução da pecuária européia na pecuária tropical brasileira, c. 1880 - 1950

  • Robert W. Wilcox Northern Kentucky University

Resumen

Uma parte importante da Revolução Agrícola Europeia dos séculos 18 e 19 era a expansão da criação animal moderna. Imitando os acontecimentos na agricultura, criadores adotaram uma variedade de inovações técnicas. Criação seletiva, controle de doenças, gestão de pastos, etc. transformaram radicalmente um setor previamente inconsistente. Exportada rapidamente ao resto do mundo, a nova ciência animal chegou a definir o objetivo da criação nas regiões que chegariam a ser as mais importantes para gado bovino nas Américas, nos finais do século 19 inclusive no Brasil. Mas as novas técnicas se implementaram somente quando foram olhadas como úteis e acessíveis economicamente. Isso foi evidente em Mato Grosso especialmente, onde a pecuária teve uma longa história mas respondeu às exigências econômicas externas com uma mistura aparentemente contraditória de tradicionalismo lerdo e experimentalismo inovador. O resultado foi um debate entre os “modernizadores” que difamavam o estado da indústria “retrógrada” local e os com experiência num setor que era isolado geograficamente e que gerava pouco lucro fora dos mercados locais.

Descargas

La descarga de datos todavía no está disponible.

Biografía del autor/a

Robert W. Wilcox, Northern Kentucky University

Doutor em Historia- New York University. 

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9359916930500038. 

Citas

ANDRADE, Arlindo de. Erros da federação. São Paulo: n. p., 1934.

ANDRADE, Dolor F. Mato Grosso e a sua pecuária. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1936.

BARROS, José de. Lembranças para os meus filhos e descendentes. São Paulo: n. p., 1987.

BARROS, Paulo de Moraes. O sul de Matto Grosso e a Pecuária. 1922

BELL, Stephen. Campanha Gaúcha: A Brazilian Ranching System, 1850 –1920. Stanford, CA:Stanford University Press, 1998.

BENEVIDES, Cezar, LEONZO, Nanci. Miranda Estância: Ingleses, peões e caçadores no Pantanal mato-grossense. Rio de Janeiro: Fund. Getúlio Vargas, 1999.

BERTELLI, Antonio de Pádua. O paraíso das espécies vivas: Pantanal de Mato Grosso. São Paulo: Cerifa, 1984.

BRAZIL. Ministério da Agricultura. Manual técnico para criação de gado de corte em Mato Grosso. Campo Grande, 1978.

CAMERON, C. R. “Matto Grosso and its Finances”, Consular Report, 24 December, 1927, U.S. Departament of State, Division of Latin American, n. 832.51M43/2, Reports of U. S. Consuls in Brazil, 1910-29, microfilm M-519, roll 27, U. S. National Archives, Washington, D. C.

CAMPO GRANDE. MATTO GROSSO. O município de Campo Grande em 1922: pub. da intendência municipal. São Paulo: Cia. Melhoramentos, 1923.

CAVALCANTI, Manuel Paulino. Raças de carne. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura, Industria e Commercio, 1938.

“CONGRESSO DE PECUÁRIA”. Correio Paulistano. São Paulo, Sept. 23, 1916.

CORRÊA, Arary Prudente. “A raça caracú e a pecuaria do Brasil central”. Gado Caracu. Orgão da Associação Herd Book Caracú. São Paulo, n. 2, Janeiro 1937.

CORRÊA, Virgilio Alves. “Aos Fazendeiros”. Revista da Sociedade Matto-Grossense de Agricultura Cuiabá, n. 1, may 1907, p. 13-20.

CORRÊA FILHO, Virgilio. A propósito do boi pantaneiro. Rio de Janeiro: Pongetti, 1926.

COTRIM, Eduardo A. Torres. “Contribuição para o estudo das vantagens ou desvantagens da introducção do sangue do gado Zebú nas nossas manadas”. Inauerito sobre o gado zebu. Rio de Janeiro: Sociedade Nacional de Agricultura, 1907.

COTRIM, Eduardo. A Fazenda Moderna: Guia do Criador de Gado Bovino no Brasil. Brussels: Typ V. Verteneuil et L. Desmet, 1913.

CRONON, Willian. Nature ́s Metropolis: Chicago and the Great Wes. New York: W. W. Norton, 1991, p. 218-221.

DECOUD, Arsenio López. Album Grafico de la Republica del Paraguay. Buenos Aires: n. p., 1911.

DERR Y, Margaret E. Bred for Perfection: Shorthorn Cattle, Collies, and Arabian Horses Since 1800. Baltimore: The Johns Hopkins Press, 2004.

DOMINGUES, Otavio, ABREU, Jorge de. Viagem de estudos à Nhecolandia. Pub. N. 3. Rio deJaneiro: Instituto de Zootecnia, Dez. 1949.

DOWNES, Earl Richard. The Seeds of Influence: Brazil ́s ‘Essentially Agricultural ́ Old Republic and the United States, 1910-1930. PhD. Dissertation, The University of

Texas, Austin, 1986.

ENDLICH, Rodolpho. “A criação do gado vaccum nas partes interiores da América do Sul”. Boletim da Agricultura. São Paulo, n. 4, 1903.

ESTADO DE MATTO GROSSO. O Município de Campo Grande, Estado de Matto-Grosso. Pub. Official: n. p., 1919.

FONSECA, João Severiano da. Viagem ao Redor do Brasil: 1875-78, v. 1. Rio de Janeiro: Bib. Do Exército Ed., 1986.

FORTES, Carlos Pereira de Sá. Industria pastoril; relatório apresentado à commissão fundamental do Congresso Agrícola, Commercial e Industrial de Minas. Belo Horizonte: n. p., 1903

GAULD, Charles A. The Last Titan. Percival Farquhar, American Entrepreneur in Latin America. Stanford: Institute of Hispanic American and Luso-Brazilian Studies, 1964,

HANSEN, Simon G. “The Farquhar Syndicate in South America”. The Hispanic

American Historical Review , 17:3, august 1937.

“INDUSTRIA PASTORIL”. Relatório do vice-presidente Dr. José Joaquim Ramos Ferreira devia apresen-tar à Assembléa Legislativa Provincial de Matto Grosso 2a Legislatura de Setembro de 1887. Cuiabá: n.p., 1887.

LEITE, Gervasio. O gado na economia matogrossense. Cuiabá: Esc. Prof.. Salesianas, 1942.

LETTER from Ray Vivian to Belle Burns, Fazenda Paracatú, Minas Gerais, December 22, 1914.

LISBOA, Miguel Arrojado Ribeiro. Oeste de S. Paulo, Sul de Mato-Grosso. Geologia Mineral, Clima, Vegetação, Solo Agrícola, Industria Pastoril. Rio de Janeiro: Typ. do “Jornal do Commercio”, 1909.

LISBOA, Oscar. “Congresso de Pecuária”. Correio Paulistano, Sept 26, 1916.

LOPES, Maria Antonio Borges, REZENDE, Eliane M. Marquez de. ABCZ, 50 Anos de História e Estórias. Uberaba, Minas Gerais: Associação Brasileira de Criadores de Zebu, 1984.

MATTOGROSSO. Município de Campo-Grande. Relatório do anno de 1922, Apresentado á Câmara Municipal pelo Intendente Geral Dr. Arlindo de Andrade Gomes. São Paulo: Comp. Melhoramentos, n.d., p. 15-16- Various reports from T. G. Chittenden to Murdo Mackenzie, 1917-1919, NB 8-12, WCFC-BL-HBS, Murdo Mackenzie, “Brazil as a Market for Purebred Cattle”, The Breeder ́s Gazette. Chicago. Vol. 86, n. 26, December 25, 1919.

MELO E SILVA, José. Fronteiras guaranis. São Paulo: n. p., 1939, p. 146-147; DOMINGUES, Otavio, ABREU, Jorge de. Viagem de estudos à Nhecolandia. Rio de Janeiro: Instituto de Zootecnia, publ. N. 3, dezembro 1949.

MENEZES, Durval Garcia de. O Indubrasil: conferencia pronunciada em 2 de maio de 1937 no recinto da 3a Exposição Agro-pecuaria de Uberaba, em homenagem à “Sociedade Rural do Triangulo Mineiro”. Rio de Janeiro: Sociedade Rural do Triangulo Mineiro, 1937.

MENEZES, Durval Garcia. “O Zebu – Riqueza Paulista”, O Zebu. Uberaba, n. 1, August 1940.

MENSAGEM pelo Dr. Joaquim A. da Costa Marques, Presidente do Estado à Assembléa Legislativa, 13 de maio de 1913. Cuiabá: Typ. Official, 1913.

MONSERRA T, Econ J., GONÇAL VES, Carlos A. Observações sôbre a pecuária no Brasil Central: Relatório de viagem apresentado ao Ilmo. Sr. Dr. Manoel Corrêa Soares D.D. Presidente do Instituto Sul Rio Grandense de Carnes, em 8 de agôsto de 1953.

MOUTINHO, Joaquim Ferreira. Notícia sobre a província de Matto Grosso seguido d ́um roteiro da viagem da sua capital à S. Paulo. Rio de Janeiro: Typ. de Henrique Shroeder, 1869.

NASH, Roy. The Conquest of Brazil. New York: AMS Press, 192?,

NEVES, Antonio da Silva. Primeira conferencia nacional de pecuária: origem provável das diversas raças que povoam o território pátrio, alimentação racional, hygiene animal. São Paulo: n. p., 1918.

NORRIS, William, ed. The Heritage Illustrated Dictionary of the English Language. New

York: Heritage Publishing, 1975.

OLIVEIRA, Antonio Carlos de. Economia pecuária do Brasil Central: bovinos. São Paulo: Departamento Estadual de Estatística de São Paulo, 1941.

PEBAYLE, Raymond, KOECHLIN, Jean. “Les fronts pionniers du Mato Grosso méridional: approche géographique et écologique” in PEBAYLE, Raymond et alii. Le Bassin Moyen du Paraná Brésilien: L ́Homme et son milieu. Bordeaux: Centre d ́Etudes de Géographie Tropicale, CNRS, 1978.

“PRIMEIRO CONGRESSO DE PECUARIA”. Correio Paulistano. São Paulo, Sept. 19, 1916.

“PROPAGANDA DE MATTO GROSSO E A ZONA NOROESTE”, Almanaque Illustrado. Tres Lagoas, Mato Grosso, v. 2, 1929, p. 243-246.

RELATÓRIO apresentado à assembléa legislativa da província de Matto-Grosso, 4 de outubro de 1872 pelo Presidente, Tenente Coronel Dr. Francisco José Cardozo Junior. Rio de Janeiro: n.p., 1872.

RONDON, General Candido Mariano da Silva. Matto-Grosso – o que elle nos offerece e o que ele espera de nós. Conferência realizada a 31 de Julho de 1920, pelo Exmo. Snr perante a Sociedade Rural Brasileira na cidade de S. Paulo. São Paulo: n. p., 1920.

SANTIAGO, Alberto Alves. O Nelore: origem, formação e evolução do rebanho. São Paulo: n. p., 1958.

SANTIAGO, Alberto Alves. O zebu na Índia, no Brasil e no mundo. Campinas, SP: Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 1985.

SARMIENTO, Domingo F. Life in the Argentine Republic in the Days of the Tyrants: Or, Civilization and Barbarism. New York: Hafner, n.d.

SLATT A, Richard W. Cowboys of the Americas. New Haven, CT: Yale University Press, 1990, p. 17.

STARRS, Paul F. Let the Cowboy Ride: Cattle Ranching in the American West. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, 1998.

TRAVASSOS, J. Carlos. Industria pastoril. Fascículo n. 2. Rio de Janeiro: Sociedade Nacional de Agricultura, 1898.

TRAVASSOS, J. Carlos. Monographias agrícolas. Rio de Janeiro: n. p., 1903.

T. G. Chittenden Report, June 4, 1918, NB 11, WCFC-BL-HBS.

TUCKER, Richard P. Insatiable Appetite: The United States and the Degradation of the Tropical World. Berkeley: University of California Press, 2000.

“UMA OPINIÃO SOBRE O GADO ZEBU” Gazeta deCommercio. Tres Lagoas, n. 7, July 27, 1927, p. 4.

VIEIRA, Mauricio Coelho. “A pecuária”, in BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA. BIBLIOTECA GEOGRÁFICA BRASILEIRA. Geografia do Brasil: Grande Região Centro-Oeste. V. II, pub. N. 16. Rio de Janeiro: IBGE, 1960.

Publicado
2009-12-30
Cómo citar
WILCOX, R. W. O boi etnocêntrico. albuquerque: revista de historia, v. 1, n. 2, p. 9-43, 30 dic. 2009.