Da Tradição à Cultura: problemas de investigação nos estudos das ocupações indígenas no Planalto Meridional Brasileiro

  • Marcel Mano Instituto de Ciências Sociais - INCIS Universidade Federal de Uberlândia- UFU

Resumen

As reflexões aqui apresentadas são o resultado atual de diversas pesquisas conduzidas nos últimos anos cujo foco são as histórias dos contatos de grupos dos Jê meridionais com diferentes outros. Com base nelas, a intenção é abordar problemas de arqueologia, de etnologia e de história para pensar as ocupações indígenas e o patrimônio cultural nas regiões dos atuais sul de Goiás, Triângulo Mineiro, norte de São Paulo e leste do Mato Grosso do Sul. A partir do cotejamento entre os modelos até agora empregados para a interpretação dessas ocupações e os resultados de pesquisas empíricas atuais, espera-se identificar os limites desses modelos e propor uma nova pauta de investigações no diálogo interdisciplinar.

Descargas

La descarga de datos todavía no está disponible.

Biografía del autor/a

Marcel Mano, Instituto de Ciências Sociais - INCIS Universidade Federal de Uberlândia- UFU
Doutor em Antropologia, é professor associado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Uberlândia. Coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Arqueologia, Etnologia e História Indígena - GEPAEHI, seus projetos são desenvolvidos dentro da perspectiva dos itinerários e encontros culturais, com particular atenção às relações de contatos e aos contextos de identidades e alteridades indígenas. Tem experiência na área de Antropologia, tendo trabalhado nos seguintes temas: Antropologia, Etnografia, Etnologia e História Indígena

Citas

ALVES, Marcia Angelina. As estruturas arqueológicas do Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro — — Minas Gerais. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia. S. Paulo, 2:27-47, 1992,

MEDEIROS, João Cabral. Cultura material lítica e cerâmica das populações pré-coloniais dos sítios Inhazinha e Rodrigues Furtado, município de Perdizes, MG estudo de cadeias operatórias. Dissertação de Mestrado –MAE – USP., 2007,( 262 páginas)

FAGUNDES, Marcelo. Histórico das pesquisas arqueológicas no Triângulo Mineiro. In: FERREIRA FILHO, Aurelino (org). Índios do Triângulo Mineiro: Uberlândia: EDUFU, 2015, p.123.

ALVES, Márcia A & CHEUICHE MACHADO, L. M. Estruturas arqueológicas e padrões de sepultamento do sítio de Água Limpa, município de Monte Alto – São Paulo. In: Anais da VII Reunião Científica da Sociedade de Arqueologia Brasileira, n. 01, vol. 02, p.295-310. Coleção Arqueologia n, Porto Alegre: EDIPUCRS, 1995/96, p. 299.

SCHMITZ, Pedro Ignácio et all. Arqueologia do centro sul de Goiás. Uma fronteira de horticultores indígenas no centro do Brasil. Pesquisas, Antropologia- Instituto Anchietano de Pesquisa, São Leopoldo-RS, 33: 49-102, 1982

ALVES, Marcia Angelina. “O sitio Rezende: de acampamento de caçadores-coletores a aldeia ceramista pré-histórica”. Clio - Série Arqueológica, 15: 2002, p. 201.

CAMPOS, Antônio. Pires. Breve notícia do gentio bárbaro [...] 1723. In: TAUNAY, Afonso d’E. (org). Relatos sertanistas. 2a ed. SP: Livraria Martins Editora,1976, p.181.

Carta de Ignácio Correia Pamplona a d. Rodrigo José de Menezes. Quartel das Cabeceiras dos Dourados, 23/04/1781. Arquivo Público Mineiro –Belo Horizonte – documentos Casa dos Contos. Códice: APM–CC–cx. 87, doc. 20256

ALVES, Marcia Angelina. As estruturas arqueológicas do Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro — Minas Gerais. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia. S. Paulo, 2:27-47, 1992, p. 37

FACCIO, Neide B.; COSTA, Henrique A.V.; LUZ, Juliana Ap. R.; BARROCÁ, Diego; MATHEUS, Eduardo P. Vasilhas duplas Aratu (macro-jê) em sítio tupi-guarani: evidência de contato? Revista Ágora: Vitória. n. 20, p. 6-23; 2014

RASTEIRO, Renan P. Arqueologia dos Jê da Bacia do Rio Grande: História Indígena no norte de São Paulo e no Triângulo Mineiro (Dissertação de mestrado).2015. Universidade de São Paulo, p.65.

PONTES, Hildebrando. História de Uberaba e a Civilização no Brasil Central. 2. ed. Uberaba: Academia de Letras do Triângulo Mineiro, 1978, p. 15

FACCIO; COSTA; LUZ; BARROCÁ; MATHEUS, op. cit. p. 21.

APOLINÁRIO, Juciene R. “A saga dos Akroá nas fronteiras do sertão”. Tellus, 3(5), 2003, p. 86.

Rodrigues, Ayron. Línguas brasileiras: para o conhecimento das línguas indígenas no Brasil, São Paulo: Loyola, 2002

MONTEIRO, John M. “Os guarani e a história do Brasil meridional: séculos XVI – XVII”. In: CUNHA, Manuela Carneiro da. (ed.). História dos índios no Brasil, São Paulo: Cia das Letras, 1992, pp. 475-498;

MANO, Marcel. Os Campos de Araraquara. Um estudo de história indígena no interior do estado de São Paulo. Tese de Doutorado (Ciências Sociais – Antropologia). IFCH –UNICAMP, Campinas, 2006.

GIRALDIN, Odair. Cayapó e Panará – luta e sobrevivência de um povo Jê do Brasil central. Campinas: Editora da UNICAMP, 1997, p.121.

TURNER, Terence. Os Mebengokre Kayapó: história e mudança social, de comunidades autônomas para a coexistência interétnica. In: CARNEIRO DA CUNHA, M. (org). História dos índios no Brasil, São Paulo: Cia das Letras, 1992, p. 312-313.

SAHLINS, Marshall. Ilhas de história. Rio de Janeiro: Zahar editores, 1990

MANO, Marcel. Metáforas Históricas e Realidades Etnográficas: A construção de uma história do contato Kayapó no Triângulo Mineiro. Caderno de Pesquisa CDHIS, v. 23, n.2. p. 325 – 347, Uberlândia jul – dez. 2010.

RODRIGUES, Álvaro Almeida. Contato e guerra: etnohistória de um gentio Cayapó. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) PPGCS – INCIS - Universidade Federal de Uberlândia, 2011.

MANO, Marcel. Contato, guerra e paz: problemas de tempo, mito e história. Trabalho & Política, ano 29, n. 34, p. 193 – 212, UFPB - João Pessoa, jan. - jun 2011

MORI, Robert. Os aldeamentos indígenas no Caminho dos Goiases: guerra e etnogênese no sertão do Gentio Cayapó (Sertão da Farinha Podre) séculos XVIII e XIX. 2015. 232 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) PPGCS –INCIS - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2015.

ALMEIDA, Maria Regina C. Metamorfoses indígenas – identidade e cultura nas aldeias coloniais do Rio de Janeiro, 2ª edição, Rio deJaneiro: Editora FGV, 2013.

CARVALHO JUNIOR, Almir Diniz de. Índios Cristãos - A conversão dos gentios na Amazônia Portuguesa (1653-1769). Campinas, 2005. Tese (Doutorado em História)- Universidade Estadual de Campinas. MONTEIRO, John M. Tupis, Tapuias e Historiadores: estudos de história indígena e do indigenismo. Tese de livre docência. Campinas, UNICAMP, 2001

BARTOLOMÉ, Miguel Alberto. As etnogêneses: velhos atores e novos papéis no cenário cultural e político. Mana, Rio de Janeiro, vol. 12, n. 1, p. 39 - 68, abr. 2006, p.43.

HILL, Jonathan. History, power and identity. Ethnogenesis in the Américas, 1492 – 1992. Iowa City: University of Iowa Press, 1996.

SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem à Província de Goiás. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1975;

POHL, Johan Baptiste E. Viagem no interior do Brasil (1817- 1821). Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1976.

ESCHEWEGE, Wilhelm L. von. Brasil, novo mundo. Belo Horizonte: Centro de Estudos Históricos e Culturais, Fundação João Pinheiro e Fapemig, 1996.

FLORENCE, Hércules. Viagem fluvial do Tietê ao Amazonas de 1825 a 1829. São Paulo: Cultrix/Edusp. 1977

MANO, Marcel. (Des)encontros culturais: um esboço parcial da história dos contatos dos Kayapó meridionais. In: FERREIRA FILHO, Aurelino (org). Índios do Triângulo Mineiro: Uberlândia: EDUFU, 2015, p.57-72.

LÉVI STRAUSS, Claude. Contribuição para o estudo da organização social dos índios Bororo. Revista do arquivo municipal XXVII, São Paulo, 1936, pp: 5 – 80.

NIMUENDAJU, Curt. A habitação dos Timbira. In: SCAHDEN, Egon. Leituras de etnologia brasileira. SP: Cia Nacional, 1976, p.46.

VIERTLER, Renate B. Implicações adaptativas do funeral ao processo de mudança xocial entre os Bororo de Mato Grosso. In: Rituais indígenas brasileiros, São Paulo: CPA, 1999, p.119.

MAYBURY – LEWIS, David (ed).Dialectical societies. The Gê and Bororo of Central Brazil. Cambridge: Havard Univ. Press, 1979.

CUNHA, Manuela Carneiro da; CASTRO, Eduardo Viveiros de. Vingança e temporalidade: os Tupinambá. Journal de la société des américanistes. LXXI, Musée L’Homme, 1985. pp:191 – 208. CUNHA, Manuela Carneiro da. Études Gê. L’Homme, 1993. pp: 126 – 128

FAUSTO, Carlos. Inimigos fiéis: história, guerra e xamanismo na Amazônia. São Paulo: EDUSP, 2001

TURNER, Terence. Da cosmologia à ideologia: resistência, adaptação e consciência social entre os Kayapó. In: CUNHA, Manuela C. da; CASTRO, Eduardo Viveiros de (orgs) Amazônia: etnologia e história indígena. Núcleo de História Indígena e do Indigenismo. São Paulo, 1993.pp: 43 – 66

GORDON, Cesar. Economia selvagem – ritual e mercadoria entre os Xikrin –Mebêngôkre. São Paulo: UNESP/ Instituto sócio ambiental, 2006.

CUNHA, Manuela Carneiro da; CASTRO, Eduardo Viveiros de. op. cit., p. 201-202.

MANO, Marcel. Sob as penas do gavião mítico: história e cultura entre os Kayapó. Tellus, 12 (22) p. 133-154. Campo Grande. Jan. – jul. 2012. MANO, Marcel. Contato, guerra e paz: problemas de tempo, mito e história. Op cit..

VIDAL, Lux Boelitz. Morte e vida de uma sociedade indígena brasileira: os kayapó-xikrin do Rio Catete. SP: Hucitec. 1977

LÉVI STRAUSS, Claude. “Guerra e comércio entre os índios da América do Sul”. In: SCAHDEN, Egon (ed.). Leituras de etnologia brasileira, São Paulo: Cia Nacional, 1976, p. 337.

CLASTRES, Pierre. Arqueologia da violência: pesquisas de antropologia política. São Paulo: Cosac & Naify, 2004.

JUNQUEIRA, Gabriela G. O visível e o invisível nas relações de contato de grupos Jê meridionais: uma análise da caça, guerra e dos rituais funerários como relações de predação, produção e controle dos poderes latentes da alteridade. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais). PPGCS - INCIS - Universidade Federal de Uberlândia. 2017.

JUNQUEIRA, Gabriela Gonçalves; MANO, Marcel. O visível e o invisível nas guerras - xamanismo: uma análise do pensamento mágico-religioso frente as expedições guerreiras do Kayapó meridionais. Horizonte Científico, v. 8, n, 01, p. 1-24, 2014.

ALVES, Daniella Santos Do alto da espia: gentios, calhambolas e vadios no sertão do Campo Grande - século XVIII. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais). PPGCS - INCIS - Universidade Federal de Uberlândia, 2017.

MANO, Marcel Índios e negros nos sertões das minas: Contatos e identidades. Varia história vol.31, n.56, pp.511-546, Belo Horizonte, 2015.

MANO, Marcel; ALVES, Daniella Santos. Nos bastidores da História: o contato entre índios e negros no século XVIII. Cadernos de Pesquisa do CDHIS, v. 28, p. 217-235, 2015.

BHABHA, Homi. O local da Cultura. Belo Horizonte. Editora da UFMG, 1998.

DELEUZE, Gilles & GUATARRI, Felix. Mil platôs – capitalismo e esquizofrenia, vol. 1 – São Paulo. Edições 34, 2000, p.16.

.

Publicado
2018-12-17
Cómo citar
MANO, M. Da Tradição à Cultura: problemas de investigação nos estudos das ocupações indígenas no Planalto Meridional Brasileiro. albuquerque: revista de historia, v. 10, n. 19, 17 dic. 2018.
Sección
Dossiê - Patrimônio, cultura material e imaterial: diálogos e perspectivas