A BASE NACIONAL COMUM E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES: DESAFIOS POLÍTICOS E PEDAGÓGICOS NA CONTEMPORANEIDADE
Abstract
Este artigo analisa os sentidos atribuídos à formação docente a partir da promulgação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e da Base Nacional Comum para a Formação Continuada de Professores da Educação Básica (BNC-Formação Continuada), à luz da Pedagogia Histórico-Crítica (PHC). O texto tem como base a pesquisa de mestrado em andamento, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEDU) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. A formação de professores tornou-se um campo de debate especialmente a partir das décadas de 1980 e 1990, intensificando-se com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996. Ancorada no materialismo histórico-dialético, a PHC defende a centralidade do conhecimento sistematizado e o papel da educação como prática social transformadora. A pesquisa tem como objetivo analisar os sentidos atribuídos à formação docente no contexto das diretrizes estabelecidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e pela Base Nacional Comum para a Formação Continuada de Professores da Educação Básica (BNC-Formação Continuada). Busca compreender os desdobramentos dessas políticas nas concepções de ensino e aprendizagem e nas práticas formativas direcionadas aos professores em exercício, evidenciando os desafios políticos e pedagógicos postos à formação docente na contemporaneidade. Além disso, propõe-se a confrontar os pressupostos dessas políticas com os fundamentos teórico-metodológicos da Pedagogia Histórico-Crítica (PHC) e da Psicologia Histórico-Cultural, reafirmando a defesa de uma formação voltada à apropriação crítica do conhecimento e à emancipação humana. Os resultados apontam tensões entre a perspectiva crítica defendida pela PHC e a lógica normatizada da BNCC, evidenciando a necessidade de repensar a formação docente como espaço de emancipação e de construção de consciência crítica.