PARA ALÉM DA EDUCAÇÃO MORAL DAS RELAÇÕES RACIAIS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: FOUCAULT, MBEMBE E BOURDIEU ENTRE O PODER DE VIVER E O DIREITO DE MORRER
Abstract
Este texto, de caráter teórico, tem como tema o racismo institucional e a violência contra populações negras, analisados à luz das teorias de Michel Foucault, Achille Mbembe e Pierre Bourdieu. A atividade faz parte da pesquisa desenvolvida em nível de mestrado, a qual se encontra vinculada ao projeto intitulado “Currículo, escola e formação de professores: olhares sobre as políticas educacionais sulmatogrossenses”, financiada pela FUNDECT (chamada n. 50/2024). O objetivo é constituir uma base teórica que subsidie uma reflexão inicial sobre como essas formas de violência são estruturais e se reproduzem nos espaços institucionais, especialmente na escola, através de práticas naturalizadas de exclusão. Para discorrer sobre o corpo teórico eleito, elegemos casos de violência policial analisados à luz dos conceitos de biopolítica e governamentalidade (Foucault), necropolítica (Mbembe) e violência simbólica (Bourdieu), articulando-os para pensar como o Estado exerce controle sobre a vida e a morte, especialmente de corpos negros e periféricos. A partir desses conceitos, será possível compreender como o racismo e a violência são naturalizados e reproduzidos nos espaços institucionais, principalmente na escola, reforçando práticas de exclusão e desigualdade, o que torna necessária a superação do discurso moralizante na formação de professoras/es no enfrentamento do racismo nas práticas escolares.