REFLEXOS DE UM ESPELHO COLONIZADO:
COLONIZAÇÃO, EUGENIA E A ESTÉTICA DO BRANQUEAMENTO
Resumo
Este artigo investiga a formação histórica dos padrões estéticos hegemônicos no Brasil, analisando sua gênese no período colonial e sua reconfiguração através das teorias eugênicas no pós-abolição. Partindo do marco teórico da colonialidade do poder (Quijano) e dos estudos críticos sobre branquitude (Schwarcz, Bento), demonstramos como o ideal de embranquecimento foi operacionalizado através de três mecanismos principais: a implementação de políticas imigratórias seletivas que privilegiaram europeus entre 1890-1970; a medicalização de características fenotípicas negras e indígenas como "desvios" patológicos; e a institucionalização de hierarquias estéticas através de aparatos científicos, educacionais e midiáticos. A análise revela como esses processos convergiram para naturalizar a branquitude como padrão de humanidade, transformando traços corporais europeus em critérios implícitos de valor social, profissional e afetivo. O estudo contribui para compreender a permanência dessas estruturas na contemporaneidade, onde padrões eurocêntricos de beleza continuam a regular o acesso a oportunidades e o reconhecimento social.
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