MIGRAÇÃO E EDUCAÇÃO: a escolarização das crianças brasileiras residentes no Japão
Resumo
Na virada do milênio, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (2001, p. 95) identificou mais de um milhão e meio de brasileiros vivendo no exterior, sendo que as maiores concentrações se encontravam nos Estados Unidos, com 750 mil, no Paraguai com 350 mil, e no Japão, com 220 mil brasileiros. Sobre a migração, Sayad (1998) explica que, uma vez que o imigrante não é puramente mecânico, é forçoso conceder-lhe um mínimo, e sendo ele casado e pai de família, não seria possível proibi-lo de trazer para junto de si, dentro de certos limites e sob certas condições, sua mulher e seus filhos. E, enquanto pai, “não se poderia, por exemplo, privar seus filhos de educação escolar e de formação profissional” (p. 59). Com base nisto, foi elaborado o Projeto de Pesquisa Divisão social do trabalho, migração, educação, o qual foi desenvolvido no Japão, no período entre 2008 e 2010, com o apoio do CNPQ. Este artigo, portanto, apresenta os resultados parciais da pesquisa qualitativa e exploratória desenvolvida por meio de uma escuta sensível de 18 pais de 36 crianças, especificamente sobre o modo de educação das crianças brasileiras e as forças que governam a tomada de decisão dos pais quanto à escolarização dos filhos residentes no Japão.
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