UTOPIA, literatura e ensino

  • Maria Antonieta Pereira UFMG

Resumo

Em 1997, coloquei essa epígrafe na minha tese de doutorado que analisava o romance A cidade ausente, do argentino Ricardo Piglia. Naquele momento, eu analisava como o romance de Piglia trabalha com a idéia de uma cidade utópica, que é/não é Buenos Aires, a qual congrega o passado, o presente e o futuro na medida em que:

a)    reúne literaturas de várias procedências (Ulisses, de James Joyce; Museo de la novela de la Eterna, de Macedonio Fernandez; o “Aleph”, de Jorge Luis Borges) e assim reativa uma memórica cultural de alto poder ficcional;

b)      interfere no tempo presente por meio de um narrador que, abrindo espaço para outras vozes narrativas, atua como um contador de histórias (um griot, um pajé), que narra para nós (personagens do presente marcados por várias narrativas do passado), as questões da vida contemporânea (perda da memória cultural, revolução tecnológica em curso, diversidade cultural) que não conseguimos entender sem o concurso da literatura;

Biografia do Autor

Maria Antonieta Pereira, UFMG
Maria Antonieta Pereira concluiu o doutorado em Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais em 1997 e realizou Pós-doc na Universidad de Buenos Aires, em 2003, com o tema "Subdesenvolvimento, auto-imagem e exclusão no Brasil e na Argentina". Aposentou-se em 2007, como Prof. Associado. Em 2008, trabalhou como Visiting Researcher na University of Ottawa com a pesquisa "Forgetting to Remember - Narrative Networks in Cyberculture". Realizou as seguintes publicações: 37 livros ou capítulos de livros, 73 artigos em periódicos especializados, 15 artigos em jornais e magazines, 19 artigos em eventos científicos,várias traduções etc. Além disso, é co-fundadora e co-diretora da Colección Vereda Brasil (Corregidor, B. Aires), da Coleção Tela e Texto (FALE/UFMG) e da seção "Educar o Olhar" (Rev. Presença pedagógica). Maria Antonieta Pereira também orientou 61 trabalhos de pesquisa (IC, Mestrado, Doutorado). Atua na área de Letras, com ênfase em Literatura Comparada, Educação, Cinema, TV e Computação. Em suas atividades profissionais interagiu com dezenas de colaboradores em co-autorias de trabalhos científicos. É fundadora e coordenadora geral do Programa de Ensino, Pesquisa e Extensão A tela e o texto (www.letras.ufmg.br/atelaeotexto) que abriga dezenas de projetos de formação de leitores de telas e textos, sendo que um deles, o Leitura para todos, recebeu o Prêmio VIVALEITURA/2007, oferecido por MEC, MINC, OEI e Fundação Santillana. Em seu currículo Lattes os termos mais freqüentes na contextualização da produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: literatura comparada, hipertexto, rede, cinema, TV, computação, tecnologia, formação de leitores, educação, diversidade cultural, tradição, memória, literatura contemporânea, nação.

Referências

Sem referência

Publicado
2017-08-28