A REPRESENTAÇÃO POLÍTICA DAS MULHERES EM MATO GROSSO DO SUL: UMA ANÁLISE HISTÓRICA E INTERSECCIONAL

  • Ellen Maria Machado Santos Fernandes UFMS
  • Janete Rosa da Fonseca

Resumen

O estudo explora a trajetória da representação feminina na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) desde a criação do estado em 1977. A formação do estado, liderada por oligarcas masculinos, refletiu-se na ausência de mulheres na assinatura da Lei Complementar 31, que oficializou a criação de Mato Grosso do Sul. Desde a primeira legislatura, em 1979, a participação feminina na ALEMS tem sido notavelmente baixa: em 47 anos, apenas 20 cadeiras foram ocupadas por mulheres, representando 7,1% do total de parlamentares. Essas 20 cadeiras foram preenchidas por apenas 11 mulheres diferentes, algumas das quais foram reeleitas várias vezes, evidenciando a falta de renovação e a persistente sub-representação feminina no cenário político estadual. A análise crítica do texto aponta a discrepância entre essa representação e a realidade demográfica, na qual as mulheres constituem a maioria da população do estado. Utilizando as teorias de bell hooks e Maria Lugones, o texto questiona as limitações de certos movimentos feministas, que frequentemente ignoram interseccionalidades como raça e classe social, exacerbando a exclusão de mulheres negras e de outras minorias. A conclusão destaca a necessidade de uma abordagem mais ampla que considere marcadores sociais adicionais ao gênero para compreender e enfrentar as dinâmicas de poder que mantêm as mulheres, especialmente as de minorias raciais e sociais, em posições marginais na política de Mato Grosso do Sul. O estudo propõe que, para alcançar uma representação mais justa e equitativa, é crucial desafiar e reformar as estruturas de poder que perpetuam essa exclusão, promovendo uma inclusão mais abrangente e diversificada das mulheres na esfera política do estado.
Publicado
2024-08-27