Esboço de análise das formas literárias dos romances ‘Ponciá Vicêncio’, de Conceição Evaristo, e ‘Um Defeito De Cor’, de Ana Maria Gonçalves
Resumo
Este artigo apresenta um esboço de análise das formas literárias dos romances Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo, e Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves. Seguindo Lukacs em A teoria do romance, defendemos que ambos os romances nos mostram, por meio de suas formas, um novo momento da produção cultural brasileira, onde os conflitos não podem ser ocultados nem conciliados com a ordem, levando ao primeiro plano a exposição da violência para acirrar as tensões provenientes da desigualdade social. Isto dialoga com a proposta de “dialética da marginalidade” de João Cézar de Castro Rocha, onde a relação entre ordem e desordem não é mais conciliada pelo polo dominante, porquanto se deseja aprofundar este conflito, sem almejar conciliação ou superação. Esta leitura remete a “dialética da malandragem” de Antonio Candido. Dito isto: primeiro, caracterizamos o processo de dominação social baseado na violência cotidiana contra os negros; em seguida, abordamos alguns elementos formais das obras para mostrar como elas indicam uma nova relação acerca da produção cultural brasileira contemporânea; e, por fim, apresentamos a dialética da marginalidade proposta por Castro Rocha.
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