O facebook como recurso na formação contínua de professores de português língua estrangeira: uma abordagem ecológica
Resumo
O objetivo deste artigo é analisar práticas formativas em um grupo aberto no Facebook, o “Ensinar português como segunda língua”. A partir de um primeiro passo para o desenvolvimento de uma cartografia do grupo (PASSOS et al, 2010), ou seja, de um mapeamento das interações que produzem tal espaço, procuro informar, de forma preliminar, como se dão interações envolvendo formação docente em Português Língua Estrangeira em ambientes virtuais. Para tanto, utilizo uma abordagem ecológica (PAIVA, 2016), de cunho interpretativista (MOITA LOPES, 2006), que busca destacar interações relacionadas à formação docente. No grupo, identifiquei diversos tipos de relações, com destaque para relações de comensalismo. Ainda que estas garantam benefícios a uma das partes dos envolvidos, pode ser pouco produtiva para práticas formativas. Os dados, gerados através de posts e comentários produzidos no grupo, mostram que grupos de professores em sites de redes sociais podem flutuar desde “espaços acolhedores” e interessantes para aqueles que se iniciam na profissão, podendo até ser considerados “ambientes tóxicos”. Por fim compreendo que as análises realizadas aqui tornam-se um primeiro passo para a cartografia (em uma pesquisa de mestrado), que se dará em um período de observação mais amplo do grupo. Da mesma forma, tais análises dão espaço para discutir a importância de espaços formativos para professores de PLE, dada a contigência premente de políticas linguísticas de institucionalização da área no Brasil.
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