A (re)construção do signo musical em Beethoven após a surdez
Resumo
Partindo-se da ideia de que houve, em Beethoven, dois objetos semióticos – antes e depois da surdez – com significantes diferentes, o presente artigo se propôs a investigar a natureza desses significantes, através de um estudo comparativo de teorias que tratam da constituição do signo musical e do signo linguístico, a fim de tecer algumas considerações iniciais a respeito da possibilidade de o compositor ter operado um processo de adaptação do significante na reconstrução do signo musical após a perda definitiva de sua audição. Para tanto, utilizou-se como metodologia a revisão bibliográfica interpretativa. Dessa forma, verificou-se uma nova percepção musical em Beethoven, com a vivência da música como uma experiência, sobretudo, física, por meio das vibrações decorrentes dos sons retirados do piano, sugerindo a sucessão de um novo significante que, aliado à memória musical do compositor, permitiu ao mesmo, ainda que completamente surdo, continuar compondo, e concretizar, assim, o processo de semiose.
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