Atuação da equipe de enfermagem aeroespacial durante o voo em câmara hipobárica

  • Débora Fernanda Haberland Universidade Católica Dom Bosco (UCDB)
  • Mônica Barreto Santos Força Aérea Brasileira/IMAE

Resumo

Introdução: A Medicina Aeroespacial tem a finalidade de estudar e prover condições para o desempenho humano em ambiente aéreo. Como especialidade de Enfermagem Aeroespacial reconhecida pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) por meio da Resolução COFEN nº 0570/2018, o que representa um avanço na área de atuação da enfermagem e permite melhor aprimoramento dos profissionais que atuam nesta área. No Brasil há uma instituição responsável pelo treinamento dos pilotos e aeronavegantes militares, localizado no Rio de Janeiro, chamado Estágio de Adaptação Fisiológico (EAF). Esta atividade é fundamental para o melhor desempenho do piloto durante sua missão. No voo em Câmara Hipobárica (CH), simulam-se situações adversas com o intuito de treinar e preparar os militares para agirem em um contexto de um voo real. Maior parte desta equipe que ministra as instruções, acompanha, assiste e orienta o EAF são profissionais de enfermagem. Essa capacitação é centrada na medicina preventiva, fisiologia aeroespacial e complicações inerentes ao ambiente aéreo. Objetivo: Descrever a importância do conhecimento em Medicina Aeroespacial pela equipe de enfermagem durante treinamento fisiológico em Câmara Hipobárica. Método: Relato de experiência. A simulação de voo em CH em diferentes perfis de voo. Trata - se de uma programação variável de pressão atmosférica correspondente aos níveis de altitude em voo a serem atingidos, dos tempos de permanência nestes níveis e das razões de subida e/ou descida destes. A CH proporciona meios para exposições individuais à baixa pressão, com o objetivo de realizar treinamento fisiológico para aeronavegantes, expondo o organismo à uma condição simulada ao aumento de altitude, a Descompressão Rápida e hipóxia de altitude, condição perigosa e extremamente importante para aviação, sob condições de controle e segurança. O caso: A equipe prevista para o voo em CH é composta por nove membros. As funções que a equipe de enfermagem ocupam nesse processo são: Instrutor Chefe de voo, função de enfermeiro. Existem outras funções que podem ser realizadas por enfermeiro ou técnico de enfermagem, são essas: Observadores Internos, que irão assistir os alunos durante o teste de Hipóxia e todo o voo dentro da CH, Operador da Câmara e Operador do Lock, que são os profissionais que irão “controlar o voo” através da razão de subida e descida e Observador de Emergência, militar de enfermagem que mantém a sala de Emergência pronta para possíveis intercorrências que possam ocorrer junto ao Médico do Voo. Resultados: Para realizar estas funções, além da capacitação prevista em enfermagem a equipe realiza uma série de capacitações especificas em Medicina Aeroespacial realizada pelo próprio Instituto de acordo com a legislação presente. Os conhecimentos especializados permitem que realizem o EAF em CH, evitando-se assim os acidentes e os desgastes demasiados na saúde dos aeronavegantes. Conclusão: O aprimoramento, divulgação e a capacitação de pessoal permitem um treinamento fisiológico mais adequado e eleva o nível da qualidade das instruções acompanhando a evolução científico-tecnológica que tem ocorrido. Em consequência disso, haverá um melhor preparo dos nossos pilotos ao ambiente aéreo, o que pode ser um grande diferencial durante o cumprimento de sua missão.

 

Palavras-chave: Enfermagem. Medicina aeroespacial. Treinamento. Medicina de aviação. Hipobárica.

 

Biografia do Autor

Débora Fernanda Haberland, Universidade Católica Dom Bosco (UCDB)

Enfermeira - Instituto de Medicina Aeroespacial Brigadeiro Médico Roberto Teixeira (IMAE); doutoranda em Psicologia da Saúde pela Universidade Católica Dom Bosco

Mônica Barreto Santos, Força Aérea Brasileira/IMAE

Médica Especialista em Medicina Aeroespacial - Oficial da Força Aérea Brasileira/IMAE.

Publicado
2020-05-27
Como Citar
FERNANDA HABERLAND, D.; BARRETO SANTOS, M. Atuação da equipe de enfermagem aeroespacial durante o voo em câmara hipobárica. Perspectivas Experimentais e Clínicas, Inovações Biomédicas e Educação em Saúde (PECIBES), v. 5, n. 2, p. 3, 27 maio 2020.