Atuação da psicologia nos cuidados paliativos à luz dos cuidados continuados integrados
Resumo
Introdução: Um dos eixos dos Cuidados Continuados Integrados é a atenção e o cuidado ao paciente em sua terminalidade, o que é denominado de Cuidados Paliativos. Como há poucos modelos de atuação da Psicologia nos Cuidados Paliativos à luz dos Cuidados Continuados Integrados e de pressupostos da Psicologia da Saúde e da Psicologia Hospitalar, foi realizado pelos residentes em Psicologia um delineamento de atribuições e intervenções do psicólogo para construção de um manual que contribuísse para a prática dos residentes, tanto atuais, quanto futuros e como norteador para profissionais da área. Objetivo: O objetivo deste relato de experiência é descrever o manual construído, destacando as principais atribuições e intervenções do Psicólogo neste contexto. Método: Este manual foi dividido em dois tópicos: atribuições do Psicólogo e Intervenções da Psicologia nos Cuidados Paliativos. Resultados: Em síntese, as atribuições do psicólogo envolvem a compreensão do que está envolvido na queixa, no sintoma e na patologia, a partir de uma visão ampla do que se passa com o paciente e família para ajudá-los no enfrentamento do processo da doença e da terminalidade, dando aos envolvidos subsídios para uma compreensão melhor do quadro clínico e do processo de terminalidade, auxílio ao paciente e a família na ressignificação da doença, da morte e da finitude da vida, facilitação no processo de reintegração do paciente à sociedade a uma rotina mais próxima possível da que se tinha antes do diagnóstico da doença e da terminalidade da vida, inclusão espiritualidade, crenças e fantasias do paciente e da família nos cuidados, contextualização da morte como com um processo natural e orientação a todos os envolvidos (paciente, familiares e equipe), quanto às atitudes diante da morte, bem como sobre a melhor maneira de resolver pendências e expressar emoções. As intervenções da Psicologia resumidamente são avaliação psicológica, atendimento psicológico ao paciente e aos seus familiares, rodas de conversa para compartilhamento de sentimentos, vivencias e experiências e encaminhamentos aos familiares para abordagem ao luto, se necessário. Conclusões: Observou-se que a construção deste manual contribuiu para um melhor funcionamento da equipe, uma vez que delineou a atuação do psicólogo e promoveu uma ressignificação do papel deste nos Cuidados Paliativos. Além disso, auxiliou na confluência de intervenções psicológicas possíveis no contexto da reabilitação, independentemente da abordagem teórica. Espera-se que o manual seja adotado pelo Programa de Cuidados Continuados Integrados, e assim colabore para a prática de outros profissionais e de futuros residentes deste programa.
Palavras-chave: Cuidados paliativos. Psicologia. Terminalidade. Cuidados continuados integrados
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