Reabilitação multiprofissional ao paciente com Síndrome de Guillain-Barré
Resumo
Introdução: No Brasil os dados epidemiológicos para Síndrome de Guillain-Barré (SGB) são limitados, assim como na maioria das afecções raras. A incidência anual de SGB varia de 0,6-1,9 casos/100.000 habitantes, dependendo da série populacional, sendo prevalente no sexo masculino, incomum em menores de 10 anos, e a partir dessa idade a incidência aumenta progressivamente em 20% a cada década. As características clínicas principais da SGB são fraqueza muscular progressiva e bastante simétrica acompanhada de reflexos tendinosos profundos ausentes ou deprimidos. Objetivo: Este trabalho teve como objetivo relatar o caso do atendimento multiprofissional de um paciente diagnosticado com Síndrome de Guillain-Barré em uma Unidade de Cuidados Continuados e Integrados. Metodologia: Relato de experiência dos residentes do Programa de Residência Multiprofissional: Cuidados Continuados Integrados – Saúde do Idoso, de um hospital de Campo Grande-MS, Brasil. Resultados: Paciente do sexo masculino, 80 anos. Deu entrada no hospital para reabilitação multiprofissional com diminuição de força em membros inferiores e membros superiores, predominantemente em região proximal. Após avaliação da equipe, foram traçadas metas e estabeleceu-se um período de internação de 30 dias. Dentre as metas previstas no Projeto Terapêutico Singular (PTS) estavam: Avaliar a segurança da farmacoterapia; melhorar o estado nutricional; melhorar a mobilidade e funcionalidade; ganho de força muscular; viabilizar o acesso da aposentadoria; acompanhamento do nível de ansiedade e adesão ao tratamento. O paciente recebeu alta com uma melhora significativa da funcionalidade e autonomia, favorecendo a realização das atividades de vida diária. Paciente apresentou boa evolução nos aspectos trabalhados, demonstrando crescimento emocional satisfatório, enfrentamento e adaptação à nova realidade. Além disso, foram realizadas orientações com relação ao uso correto dos medicamentos, prevenção de queda, educação em saúde dos cuidadores e com a família para a necessidade e importância da adesão ao tratamento farmacológico e não farmacológico em casa. Conclusão: Os pacientes com diagnóstico clínico para SGB devem ser admitidos em hospital para observação rigorosa e realização de exame diagnóstico para confirmação do caso. O cuidado deve ser realizado por equipe de profissionais que esteja familiarizada com as necessidades especiais dos pacientes. É necessário vigilância e antecipação das potenciais complicações para a otimização das chances de um desfecho favorável. Deve-se ficar atento quanto à prevenção de fenômenos tromboembólicos, monitorização cardíaca, avaliações respiratórias frequentes e de fraqueza orofaríngea, proteção de vias aéreas, manutenção da função intestinal, controle apropriado da dor e nutrição e suporte psicológico adequado.
Palavras-chave: Síndrome de Guillain-Barré. Equipe de assistência ao paciente. Reabilitação.
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