A criança prematura extrema e o cuidado familiar
relato de experiência de graduandos de enfermagem
Resumo
Introdução: É considerado recém nascido pré-termo toda criança que nasce antes da 37ª semana de gestação, todavia segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) existem diferentes graus de prematuridade. O prematuro extremo são os nascidos antes da 28ª semana de gestação, os muito prematuros os nascidos entre a 28ª e 32ª semana, e os prematuros moderado a tardio os nascidos entre a 32ª e 37ª semana de gestação. Essas crianças podem vir a apresentar condições de saúde que requerem uma hospitalização prolongada, muitas vezes em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal e Unidades de Cuidados Intermediários Neonatais. Tal situação reflete na parentalidade e no desempenho dos papéis parentais, com potencial de gerar aumento do estresse, sentimentos negativos, ansiedade e mudanças na dinâmica familiar1. Objetivo: Descrever a experiência de graduandos de enfermagem diante do atendimento ambulatorial de recém-nascido prematuro e a abordagem familiar. Método: Trata-se de relato de experiência de atendimento à criança e sua família em uma clínica escola, realizado durante a disciplina de Enfermagem Pediátrica em Cuidados Complexos. A consulta de enfermagem foi iniciada com o acolhimento e a escuta ativa da família, em uma abordagem de Cuidado Centrado na Família, sendo essa encorajada a compartilhar sua experiência com o manejo da criança prematura em casa. Após a avaliação da criança e da família, ss intervenções buscaram desenvolver as potencialidades da família para o cuidado do bebê no domicílio. Resultados: A participação dos acadêmicos durante a consulta favoreceu a aprendizagem sobre a dinâmica e o manejo familiar, sobre a abordagem a família, bem como sobre os aspectos relativos ao crescimento e desenvolvimento de uma criança prematura extrema. A criança, primeiro bebê da família, nasceu com 26 semanas de idade gestacional, de parto cesárea devido a eclâmpsia materna, apresentou APGAR 4/8, sem choro e tônus, evoluindo para ausência de movimentos respiratórios com necessidade de intubação orotraqueal e ventilação mecânica durante duas semanas. Durante sua internação na UCIN apresentou diversos problemas de saúde, entre eles: anemia multifatorial, sepse neonatal precoce, choque séptico, icterícia neonatal e alergia à proteína do leite de vaca. No momento da consulta a criança estava com 3 meses de idade corrigida e 6 meses de idade cronológica. Identificou-se curva ascendente nos gráficos de perímetro cefálico, estatura e peso, porém demonstrou ausência do marco do desenvolvimento “segura objetos”2. Durante a consulta, foi possível evidenciar a vulnerabilidade familiar, o impacto desse contexto no orçamento financeiro, as dificuldades com a aquisição da fórmula láctea, além da mudança e do impacto na rotina e dinâmica familiar para suprir os cuidados que a criança demandava. Destacam-se os pontos fortes demonstrados, como a prontidão e aptidão para o cuidado3, forte vínculo familiar e resiliência. Foi reforçado a importância da estimulação da criança para o alcance dos marcos do desenvolvimento infantil, e realizado o encaminhamento para nutricionista para orientação das fórmulas. Conclusão: Evidenciou-se a importância das consultas de seguimento neonatal para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil e para a orientação da família frente às adversidades, além da contribuição no conhecimento acadêmico a respeito da abordagem familiar.
Referências
Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Brasília: Ministério da Saúde; 2002. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/crescimento_desenvolvimento.pdf.
Marcheti MA, Mandetta MA. Criança e adolescente com deficiência: Programa de Intervenção de Enfermagem com Família. Goiânia (GO): AB Editora; 2016.
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