Potencial hepatotóxico do Paracetamol em Rattus norvegicus albinus no período de amamentação

  • Fernando Hilário Hilário Miguel 1Biomédico residente em Análises Clínicas no Programa de Residência Multiprofissional Integrada em Saúde UNIDERP/FUNSAU/Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS. E-mail: fer_hilarios@hotmail.com 2Farmacêutica residente em Análises Clínicas no Programa de Residência Multiprofissional Integrada em Saúde UNIDERP/FUNSAU/Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS. 3Professora Doutora do curso de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS, Três Lagoas, MS. 4Professor Doutor do curso de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS, Três Lagoas, MS.
  • Thaissa Mendes Ilis
  • Caroline Silva Garcia
  • Aline Rafaela Silva Rodrigues Machado
  • Alex Martins Machado

Resumen

Introdução: o Paracetamol é um medicamento amplamente utilizado, e altas doses podem levar à falência hepática aguda, doenças cardiovasculares, gastrointestinais e neurológicas. Pouco se sabe sobre seus efeitos em lactentes que recebem a droga através do leite materno. Objetivo: avaliar parâmetros hematológicos, bioquímicos e histopatológicos em ratas lactantes tratadas com altas doses de Paracetamol e seus efeitos em lactentes. Método: foi realizado o cálculo de equivalência do fármaco e utilizou-se 50% da dose máxima humana em relação à dose/peso. Quatro fêmeas com 10 infantes cada receberam via gavagem o Paracetamol ou a solução salina durante o período de amamentação. Posteriormente, foi coletado sangue periférico dos animais testados para avaliação hematológica e bioquímica e, após eutanásia, foram coletadas amostras para análise histopatológica (Comitê de Ética da União das Faculdades dos Grandes Lagos, São José do Rio Preto, SP, nº 02/2016). Resultados: análises hematológicas das fêmeas tratadas mostraram: oligocitemia, hipocromia, anisocitose com tendência a macrocitose e poiquilocitose como esferócitos, codócitos e estomatócitos (hepatopatias e anemia hemolítica), equinócitos (hiperuremia) e esquizócitos (agressões químicas por drogas oxidativas). Foi possível observar em microscopia a presença de reticulócitos (15%) e predominância de linfócitos típicos e atípicos (77%). Nos infantes, os parâmetros mostraram-se similares, porém com menor intensidade. Análises bioquímicas mostraram aumento nas enzimas hepáticas, fosfatase alcalina, proteínas totais, albumina, bilirrubina, ureia e creatinina. Observou-se também elevação do ferro sérico (anemia hemolítica), amilase e creatinofosfoquinase (lesão tecidual). Nos infantes, observou-se parâmetros similares, porém com menor intensidade. A avaliação histopatológica mostrou em fêmeas tratadas, massas celulares vascularizadas em diferentes regiões hepáticas, áreas extensivas de necrose centrilobular, degeneração e fibrose hepática. Nos lactentes foi observado edema celular e necrose centrilobular. Conclusões: o uso de Paracetamol em doses elevadas em curtos períodos podem causar lesões hepáticas graves, anemia e deficiência renal, sendo excretado no leite materno e causando lesões semelhantes em recém-nascidos.

Palavras-chave: Potencial hepatotóxico; Rattus norvegicus albinus; Paracetamol.

Cómo citar
HILÁRIO MIGUEL, F. H.; ILIS, T. M.; GARCIA, C. S.; SILVA RODRIGUES MACHADO, A. R.; MACHADO, A. M. Potencial hepatotóxico do Paracetamol em Rattus norvegicus albinus no período de amamentação. Perspectivas Experimentais e Clínicas, Inovações Biomédicas e Educação em Saúde (PECIBES), v. 4, n. 2, 11.