Gráficos Estatísticos nas Aulas de Matemática de Professores do Ensino Fundamental I

  • Maria Niedja Pereira Martins Instituto de Educação- Universidade de Lisboa
  • Carolina Fernandes de Carvalho Instituto de Educação - Universidade de Lisboa
Palavras-chave: Educação Estatística. Gráficos Estatísticos. Professores do Ensino Fundamental I. Aulas de Matemática.

Resumo

O estudo buscou analisar as escolhas de gráficos estatísticos nas aulas de Matemática entre professores do Ensino Fundamental I da Região Metropolitana do Recife, Brasil. Participaram 31 professores que responderam a um questionário misto com 5 questões. Neste artigo discutimos quatro dessas questões e cinco subquestões. Com base numa análise do conteúdo identificou-se os tipos de gráficos mais utilizados e os motivos para a escolha e não escolha dos gráficos. Os resultados apontam para a predominância do gráfico de barras. Este resultado pode relacionar-se a presença frequente desse gráfico nos meios de comunicação social e nos livros didáticos. Os motivos dos professores sobre a escolha ou não das representações remetem às aprendizagens dos alunos, os componentes estruturais do gráfico e a familiaridade dos professores com as representações. Sugere-se uma maior problematização junto aos professores em torno da importância de se variar os tipos de gráficos estatísticos nas aulas de Matemática.

Referências

ARTEAGA, P. Evaluación de conocimientos sobre gráficos estadísticos y conocimientos didácticos de futuros profesores. 2011. 415f. Tese (Doutorado em Didática da Matemática) - Universidade de Granada, Departamento de Didática da Matemática, Espanha, 2011.

ARTEAGA, P.; BATANERO, C.; CAÑADAS, G.; CONTRERAS, J. M. Las tablas y gráficos estadísticos como objetos culturales. Revista de Didáctica de las Matemáticas, v. 76, Mar, 2011, p. 55-67. ISSN: 1887-1984.

ARTEAGA, P.; BATANERO, C.; CONTRERAS, J. M.; CAÑADAS, G. Understanding Statistical Graphs: A Research Survey. Boletín de Estadística e Investigación Operativa, Espanha, v. 28, n. 3, p. 262-277, 2012.

ARTEAGA, P.; BATANERO, C.; CONTRERAS, J. M.; CAÑADAS, G. Statistical graphs complexity and reading levels: a study with prospective teachers. Statistique et Enseignement, v.6, n. 1, p. 3-23, 2015.

ARTEAGA, P.; ORTIZ, J.J.; BATANERO, C. Un estudio de la presentación de los gráficos estadísticos en libros de texto españoles de educación primaria. In: FLORES, R. (Ed.) Acta Latinoamericana de Matemática Educativa, México v. 26, p. 41-49, 2013.

ALACACI, C.; LEWIS, S.; O'BRIEN, G. E.; JIANG, Z. Pre-service Elementary Teachers’ Understandings of Graphs. Eurasia Journal of Mathematics, Science & Technology Education, v. 7, n. 1, Fev, 2011, p. 3-14.

ANGRA, A.; GARDNER, S.M. Development of a framework for graph choice and construction. Advances in Physiology Education Published. v. 40, n. 1, p.123-128, Mar, 2016. DOI: 10.1152/advan.00152.2015.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.

BATANERO, C. Didáctica de la Estadística. Granada: Grupo de Investigación en Educación Estadística, 2001.

BRASIL. Secretaria do Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática, Ensino de 1ª a 4ª séries. Brasília, MEC/SEF, 1997.

BRUNER. J. Para uma teoria da educação. Lisboa: Relógio D’Água, 1999.

CARVALHO, C. Interacção entre pares: contributo para a promoção do desenvolvimento lógico e do desempenho estatístico no 7.º ano de escolaridade. 2001. 533f. Tese (Doutoramento em Educação) - Universidade de Lisboa: Instituto de Educação, Lisboa, 2001.

CARVALHO, C. F. Reflexões em torno do ensino e da aprendizagem da Estatística. In ENCONTRO DE PROBABILIDADES E ESTATÍSTICA NA. 2., 2009, Braga. Atas… Braga: Universidade do Minho. 2009.p. 22-36.

CARVALHO, L. M. T. L.; CAMPOS T. M. M.; MONTEIRO, C. E. F. Aspectos visuais e conceituais nas interpretações de gráficos de linhas por estudantes. Boletim de Educação Matemática, v. 24, n. 40, p. 679-700, Dez. 2011.

CARVALHO, E.A. Leituras cartográficas e interpretações estatísticas I: geografia. Natal: EDUFRN, 2008.

CAZORLA, I. M. A relação entre a habilidade viso-pictórica e o domínio de conceitos estatísticos na leitura de gráficos. 315f. Tese (Doutorado em Educação). Universidade Estadual de Campinas, Campinas-SP, 2002.

CRUZ, A.; HENRIQUES, A. Erros e dificuldades de alunos do 1.º ciclo na representação de dados através de gráficos estatísticos. In: SEMINÁRIO DE INVESTIGAÇÃO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, 23., 2012, Coimbra. Atas... Coimbra: Associação de Professores de Matemática, 2012. p.483-499.

DÍAZ-LEVICOY, D. et al. In: INTERNATIONAL CONFERENCE TURNING DATA INTO KNOWLEDGE: NEW OPPORTUNITIES FOR STATISTICS EDUCATION, 1., 2015, Lisboa. Anais… Lisboa: Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, 2015. p. 34-43.

ESPINEL, M. C. Gráficas estadísticas: perspectiva desde la educación matemática. El Guiniguada, México, n 8-9, p. 445-466. 2000.

FERREIRA, A. S. F. A representação gráfica no ensino e na aprendizagem da estatística: um estudo com alunos do 10º ano de escolaridade. 2012. 97f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Matemática) - Universidade do Minho, Portugal, 2012.

FRIEL, S.; CURCIO, F.; BRIGHT, G. Making sense of graphs: Critical factors influencing comprehension and instructional implications. Journal for Research in Mathematics Education, New York, v. 32, n. 2, Mar, 2001. p. 124-158.

GAL, I. Adults’ Statistical Literacy: Meanings, Components, Responsabilities. Internacional Statistical Review, Israel, v. 70, n. 1, p. 1-51, Mai. 2002.

GARFIELD, J. e GAL, I. (1999). Teaching and assessing statisticalreasoning. In L. Stiff & F. Curcio (Eds), Developing mathematical reasoning in grades k-12. 1999.

GONZÁLEZ, T.; ESPINEL, C.; AINLEY, J. Teachers’ graphical competence. In C. batanero; G. burrill & C. reading (Eds.), Teaching Statistics in School Mathematics: Challenges for Teaching and Teacher Education. New York: Springer. 2011.

GUIMARÃES, G.L. et al. Livros didáticos de matemática nos anos iniciais: Análise das atividades sobre gráficos e tabelas. In: ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, 9., 2007, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte, 2007, p. 1-17.

LEWIS, S.; ALACACI, C.; O’BRIEN, G.; JIANG, Z. Preservice elementary teachers’ use of mathematics in a project-based science approach. School Science and Mathematics, v.102, n.4, p. 172 – 179, 2002. doi: 10. 1111/j.1949-8594.2002.tb18199.x

LI, D. Y.; SHEN, S. M. Students’ weaknesses in statistical projects. Teaching Statistics, v. 14, n.1, p. 2-8. 1992.

MARTINS, M.N.; CARVALHO, C.F. Gráficos Estatísticos e Complexidade Semiótica: um estudo com professores do Ensino Fundamental In: CONGRESO INTERNACIONAL VIRTUAL SOBRE EL ENFOQUE ONTOSEMIÓTICO DEL CONOCIMIENTO Y LA INSTRUCCIÓN MATEMÁTICOS, 2, 2017, Granada. Anais… Granada, 2017, p. 1-10. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10481/45274> Acesso em: 1 jun. 2017.

MONTEIRO, C. E. F. Investigating critical sense in the interpretation of media graphs. 2005. 228 f. Tese (Doutorado em Educação) - University of Warwick, Coventry, Inglaterra, 2005.

MONTEIRO, C.; AINLEY, J. Investigating the interpretation of media graphs among student teachers, International Electronic Journal of Mathematics Education, v.2, n.3, p. 188-207. 2007. Disponível em: http://www.iejme/.

PRATT, D.; DAVIES, N.; CONNER, D. The Role of Technology in Teaching and Learning Statistics. In C. batanero; G. burrill & C. reading (Eds.), Teaching statistics in school mathematics: challenges for teaching and teacher education. Dordrecht: Springer. 2011.

SANTOS, N.; CARVALHO, L. M. T. L., MONTEIRO, C. E. F. O olhar do professor sobre o trabalho com gráficos no quinto ano do ensino fundamental. In: ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, 10., 2010, Salvador, BA. Anais… Salvador, 2010, p.1-10.

STYLIANOU, D. A. Teachers’ conceptions of representation in middle school mathematics. Journal of Mathematics Teacher Education, v. 13, 2010, p. 325-343.

SILVA, M. B. E.; GUIMARÃES, G. L. Escalas representadas em gráficos: Um estudo de intervenção com alunos do 5º ano. Revista Portuguesa de Educação, Braga, v 28, n 1, p. 117-138, 2015.

SOUZA, O. Investigações estatísticas no 6.º ano. In: Grupo de Trabalho de Investigação (Org.), Reflectir e investigar sobre a prática profissional. Lisboa: APM. 2002. Disponível em:<http://www.esev.ipv.pt/mat1ciclo/COORDENADORES/Materiais%20Coordenad/Textos/Sousa%202002.pdf> Acesso em: 1 Dez. 2016.

SOUZA, L.O.; LOPES, C.; SOUZA, A. C. Os Delineamentos Metodológicos nas Investigações Brasileiras em Educação Estatística. Revista perspectivas em Educação Matemática (UFMS), Mato Grosso do Sul, v. 8, número temático, p. 506-525, 2015. ISSN 2359-2842.

VASCONCELOS, A. P., FERNANDES, J.A. O uso da folha de cálculo na construção de gráficos estatísticos por alunos do 7º ano. In: ENCONTRO DE PROBABILIDADES E ESTATÍSTICA NA ESCOLA, 3., 2013. Braga, Atas… Braga: Centro de Investigação em Educação da Universidade do Minho. 2013, p. 127-143.

VEIA, L.; BROCADO, J.; PONTE, J.P. Interpretation of pictograms by 3rd grade pupils: The teacher’s role. In: INTERNATIONAL CONFERENCE TURNING DATA INTO KNOWLEDGE: NEW OPPORTUNITIES FOR STATISTICS EDUCATION, 1., 2015. Lisboa, Anais… Lisboa: Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, 2015, p.74-83.

VELEZ, L.; PONTE, J.P. Teachers’ practices and grade 3 students’ understanding of bar graph representations. In: INTERNATIONAL CONFERENCE TURNING DATA INTO KNOWLEDGE: NEW OPPORTUNITIES FOR STATISTICS EDUCATION, 1., 2015. Lisboa, Anais… Lisboa: Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, 2015, p. 84-93.

Publicado
2017-05-29
Como Citar
MARTINS, M. N. P.; CARVALHO, C. F. DE. Gráficos Estatísticos nas Aulas de Matemática de Professores do Ensino Fundamental I. Perspectivas da Educação Matemática, v. 10, n. 23, 29 maio 2017.
Seção
Artigos (fluxo contínuo)